quinta-feira, 27 de março de 2008

O Mundial

Depois de 2 das 18 etapas desta temporada o que vimos foi a Ferrari e a McLaren confirmando superioridade. Vimos também uma BMW mostrando que continua forte e que continua sendo a terceira força na F1. Mesmo com um pré-temporada muito fraca a BMW vem mostrando que evoluiu em relação ao ano passado e que está mais próxima de Ferrari e McLaren. Tanto que nestas duas etapas conquistou duas sugundas colocações, primeiro com Heidfeld e depois com Kubica, além de sua primeira volta mais rápida com Heidfeld em Sepang na Malásia. Com o que tem mostrado tem chances reais de conquistar a primeira vitória na categoria em 2008, mas que não disputa nenhum dos títulos este ano.

Destas 3 equipes, os títulos devem ficar mesmo entre Ferrari e McLaren. Vejo, no momento, vantagem para a McLaren na disputa pelo título de construtores e Ferrari com vantagem na disputa pelo título de pilotos com Raikkonen. Pela prova da Malásia ficou evidente a falta que Alonso faz na McLaren, que não conseguiu um bom acerto, mas a dupla da equipe britânica tem mostrado maior consistência. Na Ferrari, por outro lado Raikkonen, agora bem adaptado com o carro, equipe e pneus, mostra-se em boa forma. Já Massa, encontra-se em bastante dificuldade. O brasileiro não está forçando a barra para superar seu companheiro e está cometendo muitos erros. Erros estes que o levaram a não pontuar ainda. Enquanto isso seu companheiro e os pilotos da McLaren e BMW aparecem nas 5 primeiras posições da tabela: Hamilton (McLaren) 14, Raikkonen (Ferrari) 11, Heidfeld (BMW) 11, Kovalainen (McLaren) 10 e Kubica (BMW) 8.

Destaque para Kovalainen, que vem mostrando grande evolução desde sua desastrosa estréia ano passado na Renault. Este ano não acredito que dispute o título. Terá um ano de adaptação ao carro e à equipe. Assim como uma adaptação à sua nova realidade. Ano que vem deve ser um fortíssimo candidato ao título. Destaque também para Kubica, que na Malásia conquistou seu 2º pódio. O primeiro foi em 2006 na Alemanha, sua 3ª corrida. Kubica é um piloto veloz, mas precisa ainda evoluir bastante em ritmo de corrida. Observem que constantemente é superado por seu companheiro, Heidfeld, mesmo quando larga na frente.

Massa não pontuando, além de se prejudicar, prejudica a equipe. No momento, a Ferrari ocupa a 3ª posição com 11 pontos, equanto que McLaren soma 24 e BMW 19. Está aí o principal fator que pode tirar Massa da Ferrari nas próximas temporadas. Lembrando que é a classificação no mundial de construtores que trás dinheiro da FIA para as equipes. O mundial de pilotos pode ser o que mais chame a atenção e que fique na memória, mas é o de construtores que trás dinheiro. Lembrando também que Montezemolo (Presidente da Ferrari) já demonstrou interesse em Alonso por toda sua qualidade técnica e baixo índice de erros.

Acho que Massa tem ainda muito a evoluir. Ele já mostrou ser um piloto veloz, principalmente em volta lançada, mas para se tornar um campeão precisa de muito mais. Em ritmo de corrida já não se mostra tão consistente. Vale salientar que das 5 vitórias que conquistou, em todas elas Massa venceu de ponta a ponta. Até agora não se mostrou capaz de construir uma vitória em situações adversas. Mostra-se sempre muito afobado, tentando vencer a corrida na largada ou com ultrapassagens em momentos não adequado, como foi no ano passado na Malásia contra Hamilton. Acho que Peter Salber, seu primeiro chefe na F1, resumiu bem: "Se as coisas não estão bem para ele, Massa perde a concentração rapidamente". De qualquer jeito considero Massa um bom piloto e continuo torcendo por sua evolução e melhores momentos, assim como torço por Rubinho e Nelsinho.

No mais, quanto a equipes, vimos que a Renault não está tão bem quanto todos esperavam. Honda, por outro lado, mostrou que está bem melhor que as expectativas, mas ainda longe de disputar pódio. Já Williams chamou bastante a atenção na pré-temporada e ainda mais quando Rosberg conquistou um pódio na Austrália, mas depois de seu desempenho na Malásia deixou bastante desconfiança quanto a sua consistência. É preciso acompanhar um pouco a evolução do campeonato para ver como reage. Não boto muita fé. Acredito que está atrás de Renault e Honda.

Duas equipes que parecem ter carros bons e parecem estar um pouco a frente de Renault e Honda, são Toyota e Red Bull. Acho que seus maiores problemas são os pilotos. Na Red Bull não há o que comentar. A dupla da Toro Rosso (equipe B) é que deveria estar lá. Na Toyota, Trulli já passou do tempo de passar a bola para outro. É um piloto rápido em classificação, mas que não tem um bom ritmo para corrida. Já Glock, este ainda não conseguiu se encontrar. Estreou na F1 em 2004 pela Jordan, não deu muito certo e foi para a GP2. Ano passado foi campeão da GP2 e agora depois de 2 etapas na F1 este ano não conseguiu sequer terminar uma prova.

Quanto a Toro Rosso não há muito o que falar. Tem uma dupla de pilotos muito boa, mas não tem um carro à altura. Lembrando que ainda corre com um carro híbrido com base no carro do ano passado.

No que se refere às mudanças nas regras, gostei bastante do fim das ajudas eletrônicas. Acabou o vídeo game. Agora é um ser humano controlando completamente o carro. As largadas ficaram mais imprevisíveis e as ultrapassagens mais arriscadas. Gostei bastante disso. Na questão das mudanças na classifcação. Gostei da encurtada na Q3, mas o lance do combustível não achei que trouxe mudanças em relação ao ano passado. Para falar a verdade não gosto muito desta frescura de não poder reabastecer como queira para a corrida. Poderia se manter as 3 etapas na classifcação, isso é bom, mas reabasteçam como queiram para a corrida.

Acho que o principal defeito no sistema de pontuação na F1 está na distribuição dos pontos. Deveria se valorizar muito mais um pódio e uma vitória por exemplo. Fora que poderia distruir pontos extras para pole, melhor volta e maior tempo na liderança, por exemplo. Gosto disso nas categorias americanas.

Acho interessante como é feito na GP2. O lance de 2 baterias. Na primeira larga como classificar e pontua como na F1. Na segunda, larga-se como terminou a primeira, invertendo-se os 8 primeiros. Desta vez a pontuação é apenas para os 6 primeiros. Esta inversão basicamente faz com que os carros mais velozes fiquem atrás dos mais lentos, daí geram ultrapassagens.

Uma correção: no post que falei sobre as mudanças nas regras, eu afirmei que tinha acabado a regra de um motor para 2 corridas. Isso não é verdade. O que mudou foi que a primeira troca não é punida.

No último post fiquei devendo o vídeo da ultrapassagem de Heidfeld sobre Alonso e Coulthard na Malásia.



Esta lembrou-me bastante da ultrapassagem de Mika Hakkinen sobre Michael Schumacher e Ricardo Zonta na Bélgica em 2000.



Por último o vídeo que mostra o momento em que Massa roda e fica preso na brita na Malásia.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Resultados em Sepang

Em Sepang na Malásia, o que se viu foi a Ferrari muito superior às rivais. A equipe italiana dominou todo o final de semana e só não conquistou uma dobradinha por um erro de Massa, que não concluiu a corrida por ter ficado preso na brita.

Uma das grandes dúvidas que ficaram, no Sábado, depois da forte performance da Ferrari na qualificação era quanto aos carros estarem com muito menos combustível ou não. Lembrando que Massa (pole) fez um tempo 0.9 s melhor que Kovalainen (1º piloto não ferrarista no grid). Mas o que se viu foi que Massa tinha apenas 1 volta a menos de combustível que Raikkonen, 2 a menos que Hamilton e 3 a menos que Kovalainen. A equipe mostrou que tem um carro muito bom e que, pelo menos em Sepang, esteve muito superior a McLaren.

A McLaren, por sua vez, enfrentou problema durante todo o final de semana. Não conseguiu encontrar um bom acerto para o treino e para a corrida. Hamilton classificou mau. Ficando atrás de seu companheiro, mesmo com o carro mais leve. Durante a corrida ainda teve problemas em uma das paradas de boxe, que o fez ficar parado por 20 s. O problema foi na pistola utilizada para a troca de pneus. No final das contas chegou em 5º atrás de seu companheiro, que terminou em 3º.

Na largada, Massa e Raikkoen chegaram a andar lado a lado, mas Raikkonen prefiriu não arriscar e seguiu acompanhando Massa de perto. Segundo a estratégia da Ferrari, Massa pararia na 17ª volta e Raikkonen na 18ª. Para manter a posição, Massa precisaria abrir em torno de 3 s para seu companheiro. Com seqüências de voltas inconstante, francassou. Quando entrou nos boxes tinha menos de 2 s de vantagem. Raikkonen de quebra ainda andou muito rápido nas voltas anterior e posterior a entrada e sua parada foi 0.6 s mais rápida que a de Massa. Quando Raikkonen saiu dos boxes, Massa já estava logo atrás.

Raikkonen imprimiu seu ritmo de corrida, pois sabia que Massa poderia ameaçar sua vitória na próxima parada. Rapidamente conseguiu abrir. Quando Massa rodou na 30ª volta, Raikkonen já estava a quase 5 s. Massa fica preso na brita e não consegue voltar a correr. No caminho para os boxes é questionado pelo imprensa e responde apenas: "Tive uma sensação estranha". Não falou claramente, mas deixou nas entrelinhas que o problema estaria no carro. Foi desmentido pela Ferrari posteriormente. Errou feio quando tinha uma segunda colocação já garantida.

Se Raikkonen naquele momento já não tinha oponentes, ficou mais fácil ainda. Em segundo, muito longe, Kubica que desde o início acompanhou as Ferraris. Não conseguiu ameaçá-las, mas também não foi ameaçado. Assim como Raikkonen, foi outro que fez grande corrida.

O melhor momento da prova ficou por conta de Heidfeld. Depois de cair na classificação quando disputava a 3ª posição com seu companheiro, Heidfeld via-se atrás de Coulthard (Red Bull) e Alonso (Renault). Quando Alonso puxou para o lado para ultrapassar a Red Bull, Heidfeld foi para o outro e ultrapassou os dois. Alonso ainda teve um pouco de dificuldade, ficando por um bom tempo lado a lado com o escocês, mas conseguiu também ultrapassá-lo. Heidfeld fez boa corrida, mas terminou chegando em 6º devido ao incidente na largada.

Kovalainen largou bem, mas não tão bem como o companheiro, que largou atrás e pulou para a frente deixando Trulli entre eles. Entretanto com a vantagem de duas voltas que tinha perante Hamilton, um prova sem erros e um melhor acerto, Kovalainen fechou o pódio, que foi o seu primeiro. Grande corrida do finlandês. Acredito que vai dar trabalho, mas acho que o título deste ano ficará mesmo entre Hamilton e Raikkonen.

Destaque ainda para Trulli, Webber e Alonso, que chegaram respectivamente em 4º, 7º e 8º. Nelsinho fez uma boa prova e chegou em 11º. É claro que ainda falta muito a aprender, mas este foi um resultado importante.

Barrichello não conseguiu o desempenho da Austrália e ainda foi punido, com uma parada de 10 s, por ultrapassar o limite de velocidade nos boxes. Button terminou em 10º. Williams não teve um final de semana muito bom e ficou apenas com a 14ª e 17ª posições.

O mundial ficou assim:

* Pilotos
01. Hamilton (McLaren) 14 pontos
02. Raikkonen (Ferrari) 11 pontos
03. Heidfeld (BMW) 11 pontos
04. Kovalainen (McLaren) 10 pontos
05. Kubica (BWM) 8 pontos
06. Alonso (Renault) 6 pontos
07. Rosberg (Williams) 6 pontos
08. Trulli (Toyota) 5 pontos
09. Nakajima (Williams) 3 pontos
10. Webber (Red Bull) 2 pontos
11. Bourdais (Toro Rosso) 2 pontos

* Construtores
01. McLaren 24 pontos
02. BMW 19 pontos
03. Ferrari 11 pontos
04. Williams 9 pontos
05. Renault 6 pontos
06. Toyota 5 pontos
07. Red Bull 2 pontos
08. Toro Rosso 2 pontos

sábado, 22 de março de 2008

Ia esquecendo

A corrida é às 4h da madrugada de Domingo (de hoje para amanhã). Transmissão ao vivo pela Rede Globo e pela Rádio Jovem Pan.

Pré-GP Malásia

Depois de uma semana complicada para a Ferrari e principalmente para Massa. A Ferrari vem fazendo um final de semana relativamente tranqüilo. Ficando apenas devendo nos treinos livres de Sexta-feira, quando deixou Raikkonen parado na pista sem combustível. Um erro absurdo para qualquer equipe e pior ainda para uma grande como a Ferrari.

Sábado passado Raikkonen teve problemas com a bomba de combustível na segunda parte do treino classificatório e terminou largando em 15º. Massa, por sua vez, fez uma qualificação bastante apagada e largou apenas em 4º, atrás das McLarens e de Kubica da BMW. No Domingo, logo na primeira curva, Massa rodou, quebrou a asa dianteira e foi para o final do grid. Depois ainda envolvel-se em uma acidente com Coulthard ao tentar ultrapassá-lo, mas neste caso considero que a culpa foi de Coulthard. Raikkonen, por sua vez, deu duas escapadas ao tentar ultrapassagens. No final os carros não terminaram, pararando com problemas no motor. Marcaram 1 ponto com Raikkonen por ter concluído mais que 90% da prova e apenas 6 carros terminaram a corrida. Estou descontando o carro do Rubinho, porque foi desclassificado.

A semana seguiu com: (1) a Ferrari tentando entender o que aconteceu com os motores, (2) rumores de que a centralina, produzida pela McLaren, gerou o problema e (3) rumores sobre uma saída de Massa da Ferrari em 2009. Para o lugar do brasileiro viria Vettel da Red Bull. Mais tarde a Ferrari deu declarações de que o problema deu-se por um mau uso da centralina nas condições de corrida da Austrália. A nova centralina exige um tratamento diferenciado sob condição de calor intenso. A equipe alega que já conseguu resolver o problema. Na minha opnião a FIA fez uma grande besteira em colocar a produção de tal equipamento, agora com único fornecedor, na mão de uma das concorrentes. Querendo ou não, gera desconfiança.

Quanto aos rumores sobre Massa, não tem como se afirmar nada por enquanto. A direção da Ferrari negou, Massa negou, Vettel e Toro Rosso também negaram. Estas negativas no mundo da F1 não significam muita coisa assim como os contratos, mas eu acredito que não passa de boato. Apesar de concordar quando falam de que a cada dia Massa vem se mostrando ser apenas mais um piloto rápido e que lhe falta cabeça para ser um candidato sério ao título. Não sei se a Ferrari pretender ter dois pilotos diputando seriamente o título. Isso provavelmente geraria disputas internas, que aumentariam as chances de terminar o ano com as mãos abanando, sem título de pilotos ou construtores. Lembrando que a equipe já dispõe, em seu quadro de pilotos titulares, de um campeão.

Outra notícia nesta semana foi o anúncio da renovação do contrato de Interlagos com FIA. Assim o Brasil garante espaço na F1, pelo menos, até 2015.

Quanto ao treino classificatório de Sepang na Malásia, 2ª etapa da temporada 2008, só deu Ferrari. Massa conquistou a pole com 1:35.748 e Raikkonen o segundo posto da primeira fila do grid com 1:36.230. O terceiro tempo foi de Kovalainen com 1:36.613 seguido de perto por Hamilton 1:36.709. Este resultado de Kovalainen é visto com bastante expectativa. Como será a evolução da relação dos pilotos da McLaren este ano. Vamos ver como Hamilton irá lidar com uma situação um tanto que oposta a do ano passado. Quando desafiou o piloto da equipe sob o qual estavam todos os focos. Agora a situação se inverteu para ele.

Logo em seguida aparece uma Toyota (com Trulli) e as duas BMWs com Kubica, assim como na Austrália, largando a frente de seu companheiro. A Toyota parece ter um carro razoável este ano. Na semana passada Trulli largou em 6º, mas os não concluiu a corrida por problemas no carro. Seu companheiro também não concluiu, este saiu da pista e destruiu o carro. A BMW, por sua vez, vai mostrando que continua forte e que começa aos poucos a ameaçar as equipes de ponta (Ferrari e McLaren).

Depois aparencem Webber (Red Bull), Alonso (Renault) e Glock (Toyota) fechando os 10 primeiros. É importante salientar que tanto Kovalainen quanto Hamilton foram punidos com 5 posições cada por terem atrapalhado Heidfeld em sua volta lançada no Q3 (3ª etapa da qualificação). Tal incidente pode ser observado no vídeo abaixo.



Observem como vinha dirigindo Kubica, à direita das McLarens. Hamilton e Kovalainen mereceram a punição. Hamilton já mostrou ser um bom piloto, mas tem umas manias que são, no mínimo, cabulosas. Um exemplo é este aí no vídeo, outro, pior ainda, é a sua conduta atrás do Safety Car. Ano passado ele provocou acidente entre Vettel e Coulthard no Japão, se não estou enganado. Na Austrália ele voltou a agir da mesma forma, mesmo a regra se tornando ainda mais restritiva. Mereceu uma punição ou, no mínimo, uma advertência.

Quanto aos outros brasileiros, Nelsinho (Renault) larga em 13º e Rubinho (Honda) em 14º. A Honda continua mostrando consistência. Button, companheiro de Rubinho, conquistou a 11ª posição. Nelsinho, por sinal, vem fazendo o final de semana bem melhor que o da Austrália. Nos treinos terminou próximo de Alonso. No último ficou apenas uma posição atrás.

Para a corrida amanhã, em condições normais (entenda-se sem chuva), acredito que a vitória fica entre Massa e Raikkonen, apesar de ter ficado com uma pulga atrás da orelha com o desempenho das Ferraris. Massa conseguiu praticamente 0.5 s de vantagem para Raikkonen e quase 0.9 s para Kovalainen. Isso é muito. Não acredito que a Ferrari esteja assim tão na frente. Acredito sim que tenham classificado com menos combustível. Daí é necessário ver como a prova evolui. Aposto em vitória de Raikkonen.

Quanto a Kovalainen e Hamilton, estou curioso para ver como um termina em relação ao outro. Não aposto em nenhum, mas gostaria de ver Kovalainen cheagando a frente de Hamilton. Aposto que Trulli, Webber e Alonso caem de posição. Hamilton e Kovalainen chegam a frente deles. Daí a briga fica boa entre as McLarens e as BMWs. Kubica pode ser até que fique para trás, mas acho que Heidfeld termina na frente completando o pódio.

Sob chuva a coisa complica. Fora as escadas, tem o Safety Car entrando na pista e aí o fator sorte começa a pesar demais. Nestas condições Massa, pelo que apresentou até hoje, cai na classificação. Alonso e Rubinho devem se destacar. No sábado a chuva só chegou depois dos treinos classificatórios. As expectativas são de que só chova no final da tarde, quando a corrida acabar. Mas a possibilidade existe.

Segue a formação do grid.

01. Felipe Massa - Ferrari, 1:35.748
02. Kimi Räikkönen - Ferrari, 1:36.230
03. Jarno Trulli - Toyota, 1:36.711
04. Robert Kubica - BMW, 1:36.727
05. Nick Heidfeld - BMW, 1:36.753
06. Mark Webber - Red Bull, 1:37.009
07. Fernando Alonso - Renault, 1:38.450
08. Heikki Kövalainen - McLaren, 1:36.613*
09. Lewis Hamilton - McLaren, 1:36.709*
10. Timo Glock - Toyota, 1:39.656
11. Jenson Button - Honda, 1:35.208
12. David Coulthard - Red Bull, 1:35.408
13. Nelsinho Piquet - Renault, 1:35.562
14. Rubens Barrichello - Honda, 1:35.622
15. Sebastian Vettel - Toro Rosso, 1:35.648
16. Nico Rosberg - Williams, 1:35.670
17. Giancarlo Fisichella - Force India, 1:36.240
18. Sébastien Bourdais - Toro Rosso, 1:36.677
19. Takuma Sato - Super Aguri, 1:37.087
20. Adrian Sutil - Force India, 1:37.101
21. Anthony Davidson - Super Aguri, 1:37.481
22. Kazuki Nakajima - Williams, 1:36.388**

* Punidos (5 posições) por atrapalharem a tomada de tempo de Heidfeld.
** Punido (10 posições) pela colisão em Kubica na Austrália.

terça-feira, 18 de março de 2008

Ingressos para GP Brasil 2008 disponíveis

Já estão disponíveis os ingressos para o GP Brasil de F1 deste ano. Os ingressos podem ser comprados através do sítio oficial http://www.gpbrasil.com.br ou nos pontos autorizados de venda. Ver no sítio para maiores informações.

Os valores variam de R# 320,00 a R$ 1995,00. Lembrando que este é o valor da inteira. Estudante, por exemplo, paga meia. Estou estranhando o fato de estarem iniciando a venda tão cedo. Em 2006 e 2007 começaram a vender no início de Julho.

Ano passado fui, pela primeira vez, assistir a um GP. Foi uma experiência bem legal, que recomendo a todos que gostem de automobilismo. Em breve vou fazer mais alguns comentários sobre a experiência e disponibilizo as fotos também.

Quanto à minha sugestão de Setor. Apesar de ter ficado no G e gostado, recomendo o A. O Setor G fica disposto ao longo de toda a reta oposta. Aquela reta depois do S do Senna, que termina na curva que o Hamilton deu uma escapada na primeira volta. De lá tem-se uma visão muito boa do autódromo. Só não permite a visão da reta de largada/chegada e dá uma visão parcial do S do Senna.

Já o Setor A dá uma visão também de boa parte do autódromo com a vantagem de ver o final do grid e a entrada dos boxes. A gente tinha a visão da saída dos boxes. Outra grande vantagem do Setor A é que tem um telão, pelo menos no ano passado. O que permite visualizar algo que aconteceu e você não tenha visto, assim como observar as posições dos pilotos. Recebi tais informações de por um amigo que também foi ano passado.

domingo, 16 de março de 2008

E no final deu Hamilton com sobra

Depois de muita espectativa acerca da primeira corrida da temporada, o que vimos foi uma McLaren sobrando e Ferraris errando e ficando pelo caminho. Além, claro, de muitas boas surpresas e algumas decepções. As mudanças de regulamento surtiram efeito e tivemos uma boa corrida, mas dirira que um tanto que tumultuada. Para se ter idéia, só terminaram 7 carros.

Logo na primeira curva já tivemos dois incidentes. No primeiro, Massa tentou ultrapassar Kovalainen e rodou sozinho. Isso lhe custou um bico quebrado e o final do grid. Logo depois uma confusão envolvendo 6 carros: Nelsinho (Renault), Fisichella (Force India), Vettel (Toro Rosso), Button (Honda), Webber (Red Bull) e Davidson (Super Aguri). Destes, apenas Nelsinho conseguiu continuar e ainda conseguiu chegar ao final da primeira volta em 12º, depois de largar em 20º. Safety car entrou na pista para que fosse feita a limpeza na pista.

A primeira volta foi a única coisa boa que Nelsinho fez no final de semana. Pois na sexta roudou logo pela manhã e só conseguiu retornar ao treino no final do dia. Na classificação não conseguiu passar para a segunda etapa. E depois desta primeira volta na corrida, só perdeu posições com voltas muito aquém dos outros pilotos. Depois ainda teve um problema mecânico que o impossibilitou de continuar. Uma estréia nada boa. Vamos aguardar o restante da temporada para observar como ele se desenvolve.

Ao final da primeira volta, os três primeiros prosseguiam como iniciaram. Barrichello já era 7º (largou em 10º) e Raikkonen, que largou em 15º, já era 8º. A corrida prossegue com Hamilton abrindo vantagem para Kubica e Kovalainen, que seguem juntos, mas sem tentativas de ultrapassagem. As atenções ficam por conta do duelo de Raikkonen com Barrichello. E, com menor destaque, para a recuperação de Massa. Bem menos animada que a do ano passado. Apesar de possuir um carro claramente inferior Barrichello consegue defender-se bem e só é ultrapassado na 18ª volta.

Raikkonen segue ganhando posições, Massa também. Até que Massa tenta ultrapassar Coulthard. Massa contorna a curva por dentro e Coulthard segue o seu traçado como se não tivesse ninguém ali. Os carros se chocam e a Red Bull fica destruída pelo caminho enquanto Massa segue. O Safety Car entra pela 2ª vez, para que o carro de Coulthard possa ser removido.

Raikkonen, que ainda não tinha feito paradas, continua. A corrida recomeça com Raikkonen em 3º tentando ultrapassagem em Kovalainen. Rubinho está em 6º, acompanhado de perto por Masssa e Nelsinho. Massa e Nelsinho ficam pelo caminho com problemas mecânicos. Raikkonen força ultrapassagem em Kovalainen e passa direto para a brita. Consegue retornar e finalmente reabastece e troca pneus. Depois Raikkonen cometeu ainda outro erro. Numa outra tentaiva de ultrapassagem, agora em Glock, ele toca a roda traseira esquerda na grama e roda.

Kubica que ainda estava na zona de pontuação, mas não mais disputava um pódio é atingido por Nakajima. Kubica abandona. Nakajima depois de muito tempo parado nos boxes retorna para marcar 3 pontos. Como punição o japonês perderá 10 posições no grid de largada na Malásia. Lembrando que esta é sua segunda corrida. No Brasil ele atropelou um mecânico ao chegar nos boxes. Mais um japonês, que segue fielmente as tradições. É um piloto veloz, como vimos na pré-temporada, mas trapalhão.

A corrida prossegue e Rubinho continua fazendo uma boa corrida. Está na zona de pontuação e consistentemente se aproxima de um pódio. Chega o momento de sua 2ª parada. Ele é chamado para o boxe ao mesmo tempo que Glock se acidenta. O Safety Car entra pela 3ª vez. Honda e Rubinho sabem que serão punidos se ele entrar com os boxes fechados, mas não há o que fazer. Sua Honda não tem mais combustível suficiente para mais 1 volta sequer. Ele pára. Ainda antes de ser concluído o reabastecimento, um mecânico sinaliza para que saia. Rubinho sai com a mangueira ainda presa e derruba o mecânico. No meio desta confusão não percebe a sinalização, que indica boxe fechado para saída, e sai. Situação idêntica àquela de Massa ano passado no Canadá.

A corrida é reiniciada com Hamilton na liderança, seguido por Heidfeld, Rosberg e Rubinho. Kovalainen, que ficou boa parte da corrida na segunda posição, acabou de parar e perdeu posições. Logo depois vêm Bourdais, Alonso e Kovalainen. Rubinho é punido com uma parada de 10 segundos por entrar com os boxes fechados. Ao voltar para a pista, fica em 7º. Faltam apenas 5 voltas. Raikkonen pára com problemas mecânicos e 2 voltas depois é a vez de Bourdais.

Rubinho agora é 6º. Hamilton, Heidfeld e Rosberg satisfeitos, compondo o pódio, só aguardam a bandeirada. Kovalainen ainda tenta ultrapassar Alonso. Fato que consegue concretizar na penúltima volta com bela ultrapassagem, mas toma o troco, de forma misteriosa, no meio da reta de chegada quando abre a última volta. Não consegue mais nada. Depois explicou que esbarrou no botão de controle de velocidade para o boxe ao tirar uma película da viseira. Alonso chega em 4º e Kovalainen em 5º. Rubinho é o 6º e Nakajima o 7º. Fora eles, ainda foram classificados Bourdais e Raikkonen na 8ª e 9ª posições respectivamente, por terem concluído mais que 90% da prova. Da mesma forma que Massa no Canadá em 2007, Rubinho é desclassificado.

No final das contas o que vimos foi uma McLaren forte, com Hamilton liderando toda a prova sem dificuldades. Hamilton ficou com a pole e a vitória. Kovalainen com o melhor tempo. Apesar de ter feito uma corrida discreta e com um ritmo inferior ao do companheiro, Kovalainen só não terminou em 2º devido ao 3º Safety Car.

Vimos também que há uma situação complicada na Ferrari. Seus dois carros tiveram problemas mecânicos. Lembrando que Raikkonen teve problemas (bomba de combustível) no treino classificatório também. Confiabilidade, que tinha sido apontado como ponto positivo para a equipe, foi por água abaixo. Além disso seus pilotos cometeram erros infatis durante a corrida. Massa rodou sozinho na primeira curva. No caso do acidente com o Coulthard não vejo que foi sua culpa. Raikkonen perdeu o controle do corro em duas tentativas de ultrapassagem.

Vimos a confirmação do bom desempenho da Williams, que foi visto com desconfiança na pré-temporada. A BMW, que pareceu ter se perdido na pré-temporada, mostrou que continua forte como no ano passado. A Renault evoluiu em relação ao ano passado, mas o resultado de Alonso ontem deve ser visto com resalvas. O resultado foi conquistado muito mais pela performance do piloto que a do carro. E ele só conseguiu isso pela forma como a etapa se desenvolveu. Mais precisamente por uma boa estratégia perante as três entradas do Safety Car. A Toro Rosso, apesar das limitações de seu carro, conquistou ontem resultados expressivos. Lembre que Bourdais abandonou, faltando 3 voltas, quando estava em 4º. Isso deve acontecer com certa freqüência. Sua dupla de pilotos é muito boa.

Vimos também uma grande evolução na Honda e uma grande corrida de Rubinho, apesar de sua desclassificação. A equipe errou quando o mecânico liberou o Rubinho para acelerar quando a mangueira ainda estava engatada e o Rubinho errou ao sair com o boxe fechado. O erro de Rubinho tem um atenuante em relação ao de Massa ano passado, pela confusão toda com os mecânicos. Talvez isso o tenha distraído. Fico pensando qual a imagem que a gente deixa para o mundo. Acho que todo mundo deve pensar que somos todos barbeiros. Ano passado foi o Massa e agora o Rubinho passando com sinal vermelho. Que baita exemplo que damos. De qualquer forma, deu para perceber que a Honda deve lutar constantemente por pontos.

O que esperar agora? Continuo acreditando que a luta pelos títulos ficam entre McLaren e Ferrari, mas passa a achar que Ferrari não tem vatagem neste momento. A dupla da McLaren parece ter conseguido desenvolver bem o carro até agora e Hamilton parece muito bem centrado. Massa mais uma vez decepcionou e perdeu uma boa chance de abrir vantagem perante Raikkonen e às equipes rivais.

Estou curioso para ver como fica a brica pela 3ª força. Acho que BMW e Williams estão à frente da Renault. Honda tem chances de dar trabalho. Acho que Toro Rosso, Toyota e Red Bull ficam um pouco atrás.

O campeonato, por enquanto, fica da seguinte forma.

Mundial de Pilotos
1 - Lewis Hamilton (McLaren) - 10 pontos
2 - Nick Heidfeld (BMW) - 08 pontos
3 - Nico Rosberg (Williams) - 06 pontos
4 - Fernando Alonso (Renault) - 05 pontos
5 - Heiki Kovalainen (McLaren) - 04 pontos
6 - Kazuki Nakajima (Williams) - 03 pontos
7 - Sebastien Bourdais (Toro Rosso) - 02 pontos
8 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 01 ponto

Mundial de Construtores
1 - McLaren - 14 pontos
2 - Williams - 09 pontos
3 - BMW - 08 pontos
4 - Renault - 05 pontos
5 - Toro Rosso - 02 pontos
6 - Ferrari - 01 pontos

sábado, 15 de março de 2008

Pré-GP Austrália

McLaren dominou o treino com uma pole de Hamilton e a 3ª posição de Kovalainen, mas houve muitas surpresas no treino classificatório. A principal delas diria que o ótimo desempenho da BMW. Kubica conseguiu o 2º tempo e Heidfeld o 5º. Kubica só não levou a pole por um erro no final da volta. Volta esta que o garantiu na primeira fila do grid. Outra surpresa foi o bom desempenho da Toyota classificando Trulli em 6º e Glock em 9º. Williams confirmou a boa fase classificando Rosberg em 7º. Vettel fez excelente trabalho e colocou a limitada Toro Rosso adaptada do modelo 2007 na 10ª posição.

Outra boa surpresa foi o bom desempenho do, já declarado fracassado por muitos, carro da Honda. Barrichello por milésimos não foi para a 3ª etapa. Classificou-se em 11º e Button foi o 13º. Não estou dizendo que a Honda terá condições de lutar pelo campeonato, mas já foi um resultado mais que satisfatório para estréia depois de um 2007 extremamente complicado. O que se viu foi uma Honda alegre ao final do treino. Comemorando e muito.

As decepções ficaram por conta do desempenho ruim da Ferrari, apontada como superior ao final da pré-temporada. Raikkonen teve problemas na bomba de combustível ao final da 1ª etapa e garantiu apenas a 16ª posição. Massa mal apareceu na última etapa e conseguiu apenas o 4º tempo. Massa alegou que o tráfego na volta de saída dos boxes não permitiu que os pneus atingisse a temperatura ideal, assim não teve muito que fazer. Especula-se que Massa largará mais pesado e que a Ferrari tenha um melhor acerto no carro para corrida, que garante inclusive menor desgaste de pneus.

Tivemos ainda algumas outras decepções. A principal delas foi o péssimo desempenho da Renault. Alonso conseguiu apenas a 12ª colocação, entre os 2 carros da Honda. Quanto a Nelsinho, este não passou nem da primeira etapa. Ficando na 21ª posição (última fila). O brasileiro está tendo o final de semana de estréia bem complicado. Decepcionante também foi Bourdais, que conquistou apenas a 18ª posição.

É importante salientar que depois do treino Glock recebeu duas punições. A primeira por ter trocado a caixa de câmbio, onde perdeu 5 posições. Depois por ter atrapalhado Webber em volta lançada, tomando mais 5 posições de punição. Assim Glock larga em 19º.

Para a corrida Hamilton deve sofrer ataques logo na largada de Kubica, que deve estar mais leve pelo seu desepenho na última etapa do treino. Acredito que Kovalainen fará uma corrida forte, mas discreta. Não arriscará, mas tentará um pódio. Massa, por sua vez, deve ter um pouco de problema com Heidfeld. Principalmente se o brasileiro estiver mais pesado. Acredito que, no final das contas as 2 McLarens e Massa compõem o pódio. Quem sabe com Massa no lugar mais alto.

A corrida começa às 01:30h da madrugada de sábado para domingo.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Palpites para a temporada de F1

Este texto era para ter sido publicado ontem antes do treino classificatório, mas só consegui concluí-lo agora. Em um próximo texto falo sobre as surpresas no treino.

Fico com uma grande expectativa para ver o que acontece nas corridas com a exclusão das ajudas eletrônicas. Já deu para perceber que nos treinos não muda muita coisa, mas espero que as corridas fiquem mais divertidas, com mais erros e ultrapassagens. Outro fator que deixou-me com bastante expectativa foi o fato dos pilotos que disputam a superpole (última etapa da classificação) não poderem mais reabastecer ao final da classificação. Isso vai mexer bastante com as estratégias de corrida e, mais forte que no ano passado, o pole não significa necessariamente ser o mais veloz. Para falar a verdade não gosto muito disso, mas certamente trará mais alguma emoção. Acho que pole tem que ser o mais veloz, como era na época de Senna, por exemplo.

Acredito que os títulos sejam decedidos entre Ferrari e McLaren. Quanto a definir qual delas está na frente eu já não consigo. Acho que, pela pré-temporada, Ferrari momentaneamente tem pequena vantagem perante a rival, mas isso pode ser rapidamente alcançado. Acho que Ferrari tem um pouco mais de vantagem no quesito estrutural. Passou por fortes mudanças e enfrentou problemas de confiabilidade no ano passado, mesmo assim levou os dois títulos. Para este ano, a pior fase já passou e o carro aparentemente é bastente confiável pelo que vimos na pré-temporada. Por exemplo, os exaustivos testes feitos em temperaturas elevadas no Bahrein. Por outro lado, McLaren perdeu bastante com a saída de Alonso. Conta com uma equipe jovem. Seus pilotos têem apenas um ano de experiência na F1 e Kovalainen está estreando na equipe.

Dentre os quatro candidatos que aponto como pretendentes ao título de 2008 ficam então Kimi, Massa, Hamilton e Kovalainen. Acho que todos têm chance, mas vejo leve vantagem para Kimi e Hamilton em suas equipes. E, entre os dois, apostaria minhas fichas em Kimi. Kimi já é um piloto bastante experiente. Foi vice-campeão 2 vezes pela McLaren, perdendo a primeira para Schumacher e a segunda para Alonso. Ano passado foi campeão em seu ano de estréia pela Ferrari. Este ano Kimi chega mais forte por já está adaptado ao carro e à equipe, além de ter ganho confiança com a conquista do título de 2007. Hamilton é um piloto de bastante talento, mas ainda tem muito a crescer. Erros como os das duas últimas etapas na temporada 2007 são inadimissíveis.

Kovalainen tem pela frente uma grande oportunidade de mostrar todo o seu potencial, mas ainda encontra-se em fase de adaptação ao carro e à equipe. Quanto a Felipe Massa, acredito que continua tendo chances de conquistar o título, mas deve encontrar neste ano uma situação mais complicada que a do ano passado. A vantagem que tinha sobre Raikkonen no que diz respeito a estar adaptado a equipe não existe mais. Pior ainda, Raikkonen levou o título de 2007 e, mais do que nunca, é respeitado por todos na equipe. Massa é um bom piloto. É um piloto veloz, mas (para conquistar o título) precisa ser mais constante, manter-se sempre na zona de pontuação e não cometer tantos erros. Uma coisa que me incomoda bastante no Massa é o fato dele não assumir seus erros e sempre dizer que falta sorte.

Quanto a terceira força para este ano, ainda é algo obscuro. BMW planeja para este sua primeira vitória depois de assumir a 3ª posição entre as equipes ano passado. Declarou que para isso decidiu arriscar no projeto de seu carro e tentar dar um grande salto. Por enquanto parece que não surtiu o efeito desejado. Os pilotos declararam que o carro é rápido, mas é mais difícil de acertar e de dirigir. Acredito que irá disputar para manter o 3º posto, mas por enquanto parece estar longe da vitória.

Depois dos títulos de 2005 e 2006, a Renault amargou um ano apagado em 2007. Com o retorno de Alonso parace que ganhou novo fôlego e agora deseja ameaçar as grandes. No final das contas deve brigar pelo 3º posto também. Williams surpreendeu na pré-temporada com o seu novo carro. Deixou a impressão de ter um bom carro, mas ainda é observada com desconfiança. Seria muito bom que fosse mais uma a disputar com BMW e Renault.

Red Bull é outra que parece ter feito um bom projeto. É importante salientar que o projeto é de Adrian Newey, responsável pelo carros vencedores da Williams no início da década de 1990 e da McLaren no final da década de 1990. O grande problema são os pilotos. Coulthard é um eterno segundo piloto e Webber talvez fosse um bom testador. Já a Toro Rosso, equipe satélite da Red Bull, tem um carro mediano, mas pilotos muito bons. Devem ter alguns resultados interessantes durante o ano.

Toyota e Honda acho que continuam sem grandes resultados diante dos elevados orçamentos. Talvez a Honda, na segunda metade melhore e ano que vem mostre resultados mais efetivos, mas não acredito que Toyota mostre grande coisa. Force India e Super Aguri devem continuar disputar o final do grid.

Colocaria que Ferrari e McLaren estão num primeiro patamar, seguida por BMW, Renault, Red Bull e Williams num segundo patamar. Depois vem Toro Rosso, Toyota e Honda. Finalmente Super Aguri e Force India no final do grid.

No que se refere aos pilotos, estou curioso para ver como Kovalainen irá se desenvolver neste ano. Acredito que posso dar muito trabalho. Quero ver se Massa consegue ser mais constante e comete menos erros, assim como Kubica. Tenho mais curiosidade ainda quanto ao desempenho de Nelsinho, assim como de suas declarações. Quero ver se é ou não parecido com o pai. Ver o quanto Alonso irá conquistar com a Renault. Ver como irão os pilotos da Honda este ano. Mas as maiores espectativas ficam por conta dos estreantes Bourdais, Glock e Nakajima (praticamente estreante), além de Vettel. Acredito que a dupla da Toro Rosso vai conseguir resultados expressivos este ano.

Quanto às disputas internas entre pilotos, acredito que Kimi leva vantagem em relação a Massa, Hamilton perante Kovalainen, Heidfeld perando Kubica, Alonso perante Nelsinho e Rosberg leva vantagem perante Nakajima. Coulthard e Webber ficam tecnicamente empatados e acredito que Glock leve vantagem sobre Trulli, apesar de estar estreando na F1. Vettel deve levar vantagem sobre Bourdais na primeira metade, mas para segunda metade a coisa pode embolar e Bourdais virar o jogo. Acredito que Barrichello vença Button ao final da temporada. Espero que Sutil vença Fisichella na Force India. Finalmente, Sato vence Davidson.

Início de temporada na F1

Inicia neste final de semana a temporada 2008 da F1. Uma temporada que promete ser extremamente disputada. Pelo que vimos na pré-temporada e nos primeiros treinos em Melbourne, os títulos devem mesmo ficar entre Ferrari e McLaren. Ambas aparentam estar em níveis semelhantes e com uma vantagem razoável em relação às demais.

No quesito técnico esta temporada vem com mudanças nas regras que deve fazer das corridas eventos mais disputados e interessantes. A principal destas alterações refere-se a extinção das ajudas eletrônicas aos pilotos. Desta forma sistemas como controle de tração, controle de largada e freio eletrônico deixam de existir e assim a competição fica mais humana, como falou Massa. O que significa isso? O fator emocional irá pesar mais nas disputas. Passando o controle da acelaração, na largada e nas retomadas de aceleração, para o piloto os erros podem surgir devido a pressão de um piloto tentando ultrapassagem, pressão por resultados ou devido a um simples descuido.

Um fator que certamente será crítico com esta mudança será o consumo de pneus, que deve ser a grande preocupação de pilotos e equipes, pelo menos, na primeira metade da temporada. Esta mudança veio acompanhada de críticas por parte dos pilotos e dirigentes quanto a segurança em condição de pista molhada. O carro deve se tornar mais difícil de controlar em tal situação e deve gerar mais acidentes.

Acompanhado a esta mudança e como mais uma forma de redução de custos, algo que tem se tornado prioridade entre os dirigentes da F1, ficou decidido que só há um fornecedor para a ECU (Unidade Central Eletrônica). Tal fornecedor é a McLaren, que desenvolveu a ECU juntamente com a Microsoft. Daí mais discussões. As outras equipes alegam que a McLaren levou vantagem por contar com informações privilegiadas.

Ainda com a redução de custos em mente, a FIA decretou que a caixa de câmbio deve durar 4 corridas. Podendo haver substituição apenas em casos de problemas técnicos, caso contrário há perda de 5 posições na classificação. Neste ano acaba com a regra de um motor para 2 corridas.

Quanto a classificação, houve mudanças. Continua com três etapas eliminando 6 carros na primeira, mais 6 carros na segunda e no final a classificação dos 10 restantes. Agora os tempos de cada etapa são os seguintes: 20, 15 e 10 minutos. Em 2007 a última etapa era de 20 minutos, mas o que valia, na prática, eram os 5 minutos finais. Outro detalhe importante é que nenhum dos 10 carros da última etapa poderá reabastecer antes da corrida. Ou seja, os carros que largarem na frente devem fazer a primeira parada antes dos demais. Isso deve tumultuar um pouco a corrida para estes pilotos e gerar mais ultrapassagens, uma vez que estas 10 devem ser os mais rápidos da etapa. Estratégia de corrida ganhará ainda mais prioridade para os pilotos mais velozes.

Quanto às etapas, neste ano serão 18 ao invés de 17. Saiu Indianápolis (EUA), que já se cogita retornar em breve, e entram Valência (Espanha) e Cingapura, ambos circuitos de rua assim como Mônaco. Outro atrativo fica por conta da primeira corrida noturna de F1, que ocorrerá exatamente em Cingapura.

Quanto às equipes mantém-se o mesmo número de 2007. São 11 no total. A única mudança mais radical fica por conta da chegada da Force India, que substituiu a Spyker. Especula-se uma grande reformulação do quadro de funcionários da Super Aguri, que enfrenta graves problemas financeiros desde o final da temporada e recentemente anunciou uma parceria, que comentam ter sido na verdade uma aquisição. A Super Aguri passaria a produzir o próprio chassi e continuaria utilizando motores Honda. Honda é outra que passa por mudanças. A principal delas sendo a chegada de Ross Brawn para o cargo de diretor técnico. Mudanças também na Ferrari, que fecha seu ciclo de renovação iniciado com a saída de Michael Schumacher e Ross Brawn no final de 2006. Agora foi a vez de Jean Todt se afastar da direção da equipe de F1.

Quanto aos pilotos, de 2007 para 2008 houve a saída de Alonso da McLaren para a Renault. Kovalainen que correu pela Renault em 2007 substituiu Alonso na McLaren. O brasileiro Nelsinho Piquet, vice-campeão 2006 da GP2, estreia na Renault ao lado de Alonso. Timo Glock, campeão 2007 da GP2, chega para ser companheiro de Trulli na Toyota. Na Toro Rosso chega Sebastien Bourdais, vencedor das 4 útimas temporadas da Champ Car, para ser companheiro de Sebastian Vettel. Finalmente, Fisichella, que correu pela Renault em 2007, faz dupla com Adrian Sutil na novata Force India. Ferrari, BMW, Williams, Red Bull, Honda e Super Aguri mantiveram os mesmos pilotos do final da temporada 2007. No caso da Willians, o japonês Kazuki Nakajima é praticamente um estreante, uma vez que correu apenas no GP Brasil 2007 (última etapa da temporada anterior).

A primeira etapa é em Melbourne, na Austrália. O treino classificatório ocorre a 00h de sábado e a corrida às 01:30h de domingo horário de Brasília. Tanto o treino como a corrida são transmitidos ao vivo pela Rede Globo. A partir deste ano é possível também assistir a todos os treinos e corridas da F1 pelo sítio da rede de TV britânica ITV, http://www.itv.com/. Uma outra opção ainda é acompanhar treinos e corridas pelo sítio oficial da categoria, http://www.formula1.com/. Através do link "Live Timing" é possível acompanhar os tempos, número de voltas e uma série de outras informações.

terça-feira, 4 de março de 2008

ENTREVISTA: ALESSANDRO ZANARDI

Segue entrevista realizada por Tatiana Cunha da Folha de São Paulo a Alessandro Zanardi, que hoje pilota pela BMW na WTCC. Zanardi é uma grande pessoa além de piloto.

Bicampeão da Indy, que perdeu as pernas em acidente na Alemanha, conta como consegue se manter no esporte e sorrir

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A CURITIBA

DIFÍCIL PARA quem estava no helicóptero naquele 15 de setembro de 2001 e viu o coração de Alessandro Zanardi parar três vezes imaginar que ele sobreviveria. Muito menos que voltaria a correr após perder as pernas. Mas basta conversar com o piloto para descobrir seu segredo: a paixão pela vida. Bem-humorado e com um inglês macarrônico, Zanardi, 41, falou à Folha sobre o início da temporada no Mundial de turismo, hoje, e do desejo de chegar à Paraolimpíada de Pequim.



FOLHA - Qual é sua expectativa antes de outra temporada no WTCC?
ALESSANDRO ZANARDI - Não quero achar desculpas, mas é claro que agora é muito mais difícil pra mim guiar competitivamente do que era antes. E nosso campeonato está cada vez mais competitivo, a diferença é muito pequena. Muitas vezes temos 20 pilotos no mesmo segundo, e para mim é difícil emergir nesse universo. Mas já consegui ter algum sucesso [venceu duas corridas], o que significa que posso repeti-lo. E é isso que quero fazer.

FOLHA - Você já correu na F-1, na Indy e agora no WTCC. Em qual se divertiu mais?
ZANARDI - O que me divertia na F-1 era a variedade dos circuitos, a força do carro. Não gostava do fato de os carros serem muito complicados e, do ponto de vista do piloto, não havia muito a ser feito para desenvolver seu próprio carro. Tudo é feito por computadores. Gostava da Indy por isso também, pela força, pela aderência dos carros... Por isso tive meu maior sucesso lá. O que faço hoje é muito divertido, mas vai contra minha natureza. Sou um piloto de monopostos. Até hoje, quando entro em uma curva, espero que o carro reaja melhor. Mas gosto muito da categoria.

FOLHA - Você esteve na F-1 entre 1991 e 1994 e depois em 1999. Como compara essas duas passagens?
ZANARDI - Como chá e café [risos]. A única coisa em comum é a xícara e a colher. Quando saí, no começo dos 90, a F-1 ainda era um "monstro". Os carros tinham muita força, muita aderência, usávamos pneus de classificação... Era um trabalho duro para os pilotos. Quando voltei, os carros já não tinham tanta força, os pneus tinham ranhuras, e os carros eram muito mais nervosos, como são até hoje. Antigamente dava para errar e segurar no braço.

FOLHA - E por que saiu após somente uma temporada em 1999?
ZANARDI - Não estava feliz com o jeito que estava dirigindo, não estava me divertindo. Não quero apontar culpados, dizer que era culpa do time [Williams]. Temos que dividir as responsabilidades porque foi uma derrota total para os dois lados.

FOLHA - Depois disso você tirou um ano sabático, mas voltou para a Indy no ano seguinte. Por quê?
ZANARDI - Pela mesma razão que consegui ter sucesso na carreira: amo o que faço. Não que eu seja viciado, mas, se tenho a opção de correr, por que não? Mas não foi uma decisão inteligente... As coisas podiam até ter sido diferentes se não tivesse tido o acidente. Estava liderando a corrida quando bati, e na prova anterior estive muito perto de vencer. As coisas estavam melhorando, mas não tive tempo de usufruir disso...

FOLHA - Lembra do acidente?
ZANARDI - Tenho algumas memórias, mas são vagas e confusas. Acho que nem pela batida, mas pela grande perda de sangue. O fim de semana todo é confuso pra mim. Lembro de quando fiz o pit stop e comecei a pensar: a corrida é minha. Na minha cabeça, a única possibilidade de perder a corrida era no pit... Mas como tinha ido tudo bem, pensei: ganhei. Não foi o caso. Lembro de perder o controle do carro e lutar com a direção, mas é tudo muito vago.

FOLHA - E quando soube que havia perdido as pernas?
ZANARDI - Quando acordei depois de uma semana em coma, minha mulher me contou. Foi uma estratégia que os médicos sugeriram. Eles queriam que ela me contasse antes que eu percebesse sozinho. Eu tinha que estar acordado o suficiente para entender, mas não muito para ver que estava sem pernas. Foi um momento crucial.

FOLHA - Qual foi a parte mais difícil da recuperação?
ZANARDI - Se estou aqui hoje significa que nada era impossível de superar. Claro que alguns momentos foram piores porque eu não seria humano se não ficasse com raiva pelo que tinha acontecido. Mas incrivelmente alguma coisa sempre acontecia. Uma vez estava tentando colocar minha perna mecânica e não conseguia, a pele estava em carne viva e sangrava muito.
Estava a ponto de quebrar alguma coisa porque estava com raiva. Meu filho, que estava no quarto do lado vendo desenho animado, saiu e deixou o volume muito alto. Quando cheguei no quarto, o desenho tinha terminado e estava passando uma entrevista com o Wayne Rayne, piloto de moto que é paralisado da cintura pra baixo. Vi esse cara sentado num kart, de óculos escuros, sob o sol da Califórnia, falando da escolinha que tinha aberto para deficientes e me senti tão mal... Pensei: não tenho direito de reclamar quando um cara desses está sorrindo e lutando. Foi irônico que aquilo tenha acontecido num momento em que estava quase desistindo. Foi um sinal de Deus.

FOLHA - Acredita em Deus, então?
ZANARDI - Sim, mas acho que para estar perto de Deus você não precisa estar num determinado lugar, acho que as pessoas usam isso como desculpa para não ficar em casa dormindo.
Somos muito incríveis como máquinas para sermos apenas parte de uma química. Deve haver algo mais do que podemos ver e sentir. Mas acho que temos Deus dentro de nós, porque quando temos a força de olhar para as nossas respostas em nossa alma, sem ler um livro nem seguir ninguém, aí achamos a parte Dele que está na gente. Acredito que isso me ajudou muito na reabilitação, mas não porque achei que tinha de fazer isso porque ia ganhar o paraíso ou porque Ele estava me dando força. Acho que Deus tem coisas muito mais importantes para fazer do que arrumar os parafusos das minhas pernas mecânicas. Se você quer mesmo saber, não creio que Deus tenha nada a ver com minha reabilitação, nunca achei que tinha direito de pedir ajuda, mas sempre agradeci pela vida que tenho, que é preciosa.

FOLHA - Você encara as coisas de uma maneira muito otimista. Serve de modelo para as pessoas?
ZANARDI - Acredito que meu otimismo foi minha maior força não só no acidente, mas durante a vida. Acho que posso servir de exemplo, como Wayne foi para mim. Algumas pessoas podem ter me visto na TV e pensado: se esse cara faz o que faz, eu posso também. Mas não tenho que me sentir um exemplo. Sou um cara comum, que não fez nada de extraordinário. Fiz o que era possível e não há mágica, só trabalho diário. E o que fiz não foi pelo esporte, pela minha mulher ou meu filho. Fiz por mim, porque amo minha vida e quero o melhor dela. Sempre soube que podia conseguir, não foi surpresa. Às vezes fico desapontado porque nem tudo que tento pode ser atingido, mas 99% das coisas podem.

FOLHA - Em que momento teve vontade de voltar a correr?
ZANARDI - Nunca perdi a vontade. Sabia que era o mesmo piloto de antes. Quando dizia que não sabia se voltaria era porque estava dependente, não podia nem ir ao banheiro sozinho, precisava ter ajuda para tudo, não podia ficar mais de meia hora em pé. Não dava pra pensar em correr, não era minha prioridade. Mas um ano depois estava vivendo a mesma vida de antes, mais lenta, mas igual.
Ontem [quarta-feira], por exemplo, guiei até Veneza, peguei um vôo até Frankfurt, troquei de avião, fui para São Paulo e, de lá, para Curitiba. Agora estou aqui falando com você e vou para a pista. Se posso fazer isso, posso dirigir um carro. O problema era achar uma maneira de fazer isso. Quando arrumei minha vida, fiquei curioso para saber se tecnicamente poderia correr de novo. Não acho que cheguei no nível que estava antes, mas é um problema mecânico. Quando freio, a sensibilidade não é a mesma que tinha com a perna que a mãe natureza me deu [risos].

FOLHA - Você é mais feliz agora?
ZANARDI - Acho que o mesmo. Se pudesse voltar no tempo, voltaria, mas só porque seria sete anos mais novo [risos]. A qualidade de vida é a mesma. Tenho uma vida maravilhosa.

FOLHA - Quais são as adaptações no carro que você guia hoje?
ZANARDI - Minha direção é especial, a embreagem fica acoplada nela. O acelerador fica atrás da direção, e quando viro o volante tenho que acelerar ao mesmo tempo. Freio com o pé, mas tenho um sistema original, com um pedal especial em que minha prótese fica presa.

FOLHA - Como foi vencer pela primeira vez após o acidente?
ZANARDI - Foi muito especial... Naquele dia, depois de comemorar muito, comecei a perceber o que tinha feito apesar da minha deficiência, algo que não pensei enquanto dirigia ou quando cruzei a linha de chegada. Só estava feliz por ganhar de excelentes pilotos, estava orgulhoso. Só algumas horas e drinques depois foi que me dei conta. Fiquei muito orgulhoso.

FOLHA - Seu filho, Niccolo, vai fazer dez anos. Ele corre? Você o apoiaria?
ZANARDI - Não, ele não fala sobre isso. Adoraria que ele corresse se amasse o automobilismo como eu amo. A atividade esportiva te transforma em uma pessoa melhor. Não digo que as melhores pessoas sejam atletas, mas o esporte tirou o melhor de mim e me fez ser a melhor pessoa que podia. Na vida você pode se esconder no sistema, mas no esporte, não. Ou você trabalha duro ou não chega a lugar nenhum. Mas, se meu filho se apaixonar por algum esporte, vou apoiá-lo.

FOLHA - E correr a Maratona de Nova York? Como foi?
ZANARDI - Foi demais... Começou como uma brincadeira. Um dos meus patrocinadores queria que eu fizesse um discurso e falei: sem problemas, mas, já que estarei lá, vou correr. Meu agente disse que aquilo era impossível, e resolvi provar que ele estava errado. Tive três semanas de treino e fui o quarto colocado [em sua categoria].

FOLHA - Você pretende disputar a Paraolimpíada de Pequim?
ZANARDI - Isso é impossível de planejar. Posso treinar e torcer para ir. Sou muito forte na parte de cima do corpo e, se treinar, acho que posso atingir um bom nível. Acho que meu nome pode me abrir as portas com as autoridades, mas a decisão depende apenas de minha performance. Vou fazer algumas corridas e, se até julho estiver bem, é uma possibilidade. Ainda não estou nesse nível, mas tenho esse sonho de ir a Pequim.