domingo, 1 de novembro de 2009

F1 2009

Hoje aconteceu, em Abu Dhabi, o 17º e último GP da temporada 2009. Foi um GP de estréia. Belas imagens e um lugar fantástico, mas esqueceram do principal, a pista. Apesar de ser em um circuito fechado, a pista tem características de um circuito de rua. O resultado foi o esperado, corrida muito chata. O ponto alto ficou por conta de uma ultrapassagem de Kobayashi sobre o campeão, Button, que estava ainda com os pneus frios. Além disso, houve uma forte disputa entre Button e Webber pela 2ª posição nas 3 últimas voltas. As investidas de Button fracassaram, mas geraram alguma emoção. Na ponta, Vettel nem tomou nota do que acontecia. É verdade que Vettel teve sua vitória facilitada pelo abandono de Hamilton logo após a primeira parada, mas o ritmo imbatível da McLaren na classificação não apareceu hoje durante a corrida. Fiquei com a impressão que, mesmo sem problemas, Hamilton não venceria. O ritmo inferior ao que se esperava. Mesmo com o carro mais leve que o de Vettel não conseguia abrir. Tanto que depois da primeira rodada de paradas Vettel estava a sua frente.

Rubinho, único brasileiro no GP hoje, disputava a segunda posição no mundial com Vettel, mas não tinha muitas chances. Precisava terminar a frente de Vettel, mas seu carro hoje era bem inferior. Fora que para largar um pouco mais a frente no grid classificou com pouco combustível. Para completar quebrou uma parte da asa dianteira logo na primeira curva em disputa pela 3ª posição com Webber.

Este foi um mundial diferente do que estávamos habituados, devido às profundas alterações no regulamento que rege a construção dos carros. Com as mudanças e a disputa acirrada entre McLaren e Ferrari no ano anterior, houve uma baita embaralhada na relação de forças entre as equipes. McLaren e Ferrari começaram bem atrás e a "estreante" Brawn teve um início arrasador com 6 vitórias de Button em 7 GPs disputados. A equipe, que surgiu do espólio da Honda, assegurou sua participação pouco antes do primeiro GP. Com um acordo de última hora fechou um contrato para fornecimento de motores com a Mercedes e participou apenas da última semana de testes pré-temporada. Os resultados apresentados mostraram enorme potencial do carro com um ótimo casamento entre o carro, projetado e desenvolvido pela Honda desde o início de 2008, e o melhor motor da temporada, Mercedes. Fora isso, esperados problemas de confiabilidade pela falta de testes não se confirmaram.

A grande verdade é que considerar a Brawn uma estreante é de certa forma uma injustiça. A equipe do ano anterior foi mantida. As grandes diferenças que podemos citar entre 2008 e 2009 para Honda/Brawn são:


  • Brawn passou a liderar a equipe. Fry foi mantido, mas perdeu muito espaço no comando.

  • O carro utilizado em 2009 foi o primeiro onde Brawn participou plenamente da concepção e desenvolvimento.

  • Como viram que o carro de 2008 não teria jeito logo no início de 2008, a equipe direcionou todas as energias e recursos para o próximo ano.

  • Brawn foi o único que começou o ano explorando a brecha no regulamento quanto ao difusor.

  • Demora da FIA em se pronunciar sobre a brecha do difusor. A federação deixou que 4 GPs ocorressem até julgar a validade ou não do difusor. Julgou válido e as outras equipes ainda levaram algum tempo para adaptarem seus carros.

  • Troca do motor Honda pelo Mercedes e a bela dose de sorte dele adaptar-se facilmente ao carro.



Acho que todos estes 6 pontos foram cruciais para os títulos este ano. É claro que para a conquista dos títulos não podemos esquecer dos pilotos, ambos de muito experiência e talento, além de já estarem integrados a equipe a um bom tempo. Button foi o campeão, merecidamente, principalmente pelo grande início, onde faturou 6 das 7 primeiras etapas. Depois disso foi consistente e administrou a vantagem. Vale salientar que Rubens teve uma grande participação na conquista da equipe, e até de pilotos para Button, por seu reconhecido talento para acerto e desenvolvimento do carro. Não é a tôa que Button insistiu na manutenção de Rubens para este ano.

Para Rubens a história poderia ter sido bem diferente caso a equipe tivesse participado de toda a pré-temporada ou se os testes não tivessem sido banidos durante a temporada. Acontece que seu desempenho no início do ano foi bastante prejudicado por um problema nos freios. Acontece que Rubens e Button começaram usando o mesmo tipo de freios no início da temporada. Button se adeqüou facilmente, mas Rubens não. Isso levava a superaquecimento nos freios de Rubens. A solução inicial foi a retirada da calota dos pneus. Isso resolvia o superaquecimento, mas fazia com que o carro ficasse mais lento. Posteriormente, já no meio da temporada, decidiu-se por trocar o tipo de freio utilizado por Rubens. A partir daí, viu-se o rendimento do brasileiro crescer. Tanto que ele chegou a suas 2 vitórias e chegou a ameçar o título de Button.

Dentre as mudanças para este ano tivemos uma série delas relacionadas a uma tentativa de facilitar as ultrapassagens e outras ligadas a redução de custos. Sobre as ultrapassagens, não surtiram o efeito esperado. O tão discutido e caro KERS foi utilizado apenas por 4 equipes (BWM, Renault, Ferrari e McLaren) e mesmo assim não foi uma grande vantagem para elas. Acontece que o sistema interferia bastante na distribuição de peso dos carros e acrescenta um peso extra, que nem sempre era superado pelo ganho de desempenho. Demorou a começarem a usar e deixou de ser utilizado em alguns momentos. Para o ano que vem a FIA permitirá seu uso, mas as equipes já fecharam acordo entre elas para ninguém usar. Acredito que a idéia é muito boa, mas precisa ser melhor pensada. A tal da crise financeira também foi um duro golpe para seu sucesso.

Ainda sobre as ultrapassagens, houve a volta dos pneus lisos, o aumento das asas dianteiras, a diminuição das traseiras e a instalação de disposivos para que os pilotos fizessem ajustes na asa dianteira por controles no volante. Acho que isso surtiu um pouco mais de efeito que o KERS. Talvez tivesse resultados mais claros caso a Brawn não tivesse chegado com o tal difusor duplo. Não sou especialista em aerodinâmica mas, pelo que entendi, ele explorar a aerodinâmica de uma forma que estavam querendo que não acontecesse mais neste ano. Não sei como isso ficou para o ano que vem.

Sobre a redução de custos, houve a redução de 19.000 para 18.000 giros máximos no motor, o limite de 8 motores por temporada, o limite de 1 câmbio para 4 GPs, acaberam com as ajudas eletrônicas, vieram com o fornecedor único da centralina (equipamento que gerencia toda a eletrônica no carro) e acabaram com os testes durante a temporada. Não gosto muito desta centralina única e nem do congelamento de desenvolvimento do motor, que já vinha acontecendo. F1 sempre foi um esporte para desenvolvimento. Pior que isso, para mim, foi banir os testes. No início pudemos ver o problema que foi modificar o carro para ter o novo difusor com a limitação nos testes. Depois, ao longo da temporada, pudemos ver o problema que era colocar um novo piloto no carro. Não foi problema só colocar pilotos de outras categorias, mas bastava colocar um piloto de uma equipe em outra para este ficar a tôa na pista. Os treinos livres nos GPs não eram suficientes para os pilotos ganharem confiança no carro. Parece que para o ano que vem vão remediar isso com testes nas segundas pós-GPs. Assim os testes serão feitos e não aumentarão muito os custos.

O ano começou com Brawn imbatível, Red Bull surpreendendo, e Toyota e Williams chamando a atenção. McLaren, Ferrari e BMW decepcionaram. Com o passar do tempo Toyota e Williams caíram de produção e alternaram bons e maus momentos. Ferrari cresceu de produção consistentemente, mas a partir da 10ª etapa se complicou devido ao acidente que tirou Felipe Massa do restante da temporada. Tentou substituí-lo inicialmente por Badoer, reserva da equipe, e depois por Fisichella, que veio da Force India. Devido a carência de testes, nenhum deles conseguiu marcar pontos e figuraram nas últimas posições. No final Ferrari caiu bastante de produção porque decidiu investir seu tempo no carro do próximo ano. McLaren demorou um pouco mais para apresentar um desempenho mais consistente, mas na segunda metade passou a ter um dos melhores, se não o melhor, monoposto. Red Bull teve uma temporada muito forte. De cara mostrou potencial. Cresceu rapidamente, manteve-se forte durante boa parte do ano e em alguns momentos possuiu o melhor carro. Talvez tivesse outro final se não tivesse enfrentado problemas com quebras de motor (Renault) na segunda parte da temporada. A Brawn começou dominante, mas não foi bem no desenvolvimento durante a temporada. Na verdade não foi falta de competência, mas sim falta de dinheiro para isso. Praticamente garantiu os títulos na primeira metade do ano. Perdeu espaço para Red Bull e McLaren durante toda a segunda metade e em alguns momentos para Ferrari e até Toyota, Force India, Williams e BMW.

Dentre os pilotos, o ano foi de Button pelo título e pelo desempenho fantástico do início da temporada. De qualquer forma o grande destaque foi, sem sombra de dúvidas, Vettel. O jovem piloto alemão pode ter errado em alguns momentos, mas mostrou um desempenho fantástico. Não fossem as quebras que enfrentou poderia ter ameaçado e tomado o título de Button. Webber e Rubens foram outros que figuraram entre os pretendentes ao título, mas com menos brilho. A grande qualidade de Webber foi a consistência.

Dentre as grandes decepções no ano coloco Kovalainen, que marcou 22 pontos durante a temporada. Massa com apenas 9 GPs disputados marcou o mesmo número de pontos. Outra grande decepção foi a BMW. A equipe vinha cumprindo bem suas metas a cada ano, mas neste ano despencou. Diferentemente de McLaren e Ferrari não conseguiu reagir e terminou por decidir abandonar a F1.

domingo, 30 de agosto de 2009

E na categoria de acesso

O título não deve sair das mãos de Hulkenberg. Tem grande vantagem.

Esperava mais de Lucas di Grassi este ano. Uma pena, as coisas não estarem dando certo para ele este ano.

Acho que para o ano que vem Hulkenberg e Petrov (o vice-líder) se garatem no grid da F1. Lucas di Grassi acho que se complicou com os resultados deste ano. Vale lembrar que, apesar das vagas que vão sugir, há muitos pilotos disputando vaga. Bruno Senna, Nelsinho e Bordais são alguns dos nomes.

Sobre a F1

Desculpem-me pelo desaparecimento, mas a gente tem que trabalhar de vez em quando. Depois de muito tempo afastado, vamos fazer alguns comentários.

Então ... neste período de afastamento esquecendo um pouco o campeonato os principais acontecimentos, se não me falha a memória, foram: o grave acidente do Massa, os afastamentos de Nelsinho e Bordais e o anúncio da saída da BMW no final do ano.

Sobre o acidente do Massa, foi bizarro. Ele teve muita sorte e azar ao mesmo tempo. Azar pela mola estranhamente se soltar e mais ainda por acertá-lo no único ponto vulnerável. Tanto lugar para aquela mola bater e vai bater logo no capacete dele. E sorte por estar bem e logo logo deverá estar de volta sem maiores conseqüências. Caso a mola tivesse batido na viseira, muito provavelmente teria penetrado o capacete e teria sido fatal.

Sobre os afastamentos, achei injustos, mas o dinheiro é da equipe e entrega seu carro a quem quer. Bordais saiu reclamando muito alegando que não conseguiu adaptar seu estilo de pilotagem ao carro que recebeu. A história poderia ter sido outra se a equipe tivesse se dedica mais a adaptar o carro ao estilo dele. Sobre Nelsinho, eu ainda tenho um pé atrás com ele. De qualquer forma, esperava um desempenho melhor. Dá para dar um desconto ao Nelsinho o fato de ter de lidar com um chefe sem noção. Isso deve ter o atrapalhado em diversos momentos. Espero que ele tenha uma segunda chance na F1.

Sobre o anúncio da saída da BMW, é uma pena. Faz tempo que passei a admirar a equipe Sauber. Com a chegada da BMW a equipe agregou aquilo que faltava, grana. Foi assim que chegaram ao grande desempenho dos 2 anos anteriores, com direito a vitória, pole e melhor volta.

Sobre a corrida de hoje, Fisichella foi o grande nome. Conquistou a pole ontem e hoje foi segundo, acompanhando Raikkonen de muito perto. É impressionante o que fez com o carro que tem. Depois o que mais chamou a atenção foi o retorno de Raikkonen e da Ferrari ao topo do pódio e a grande melhoria no desempenho da BMW com o 4º lugar de Kubica e o 5º de Heidfeld. De qualquer maneira não há como negar que o grande vencedor no final de semana foi o Button. Apesar de sua má fase, o campeonato cada vez mais parece que não saíra de suas mãos. Primeiro foi Barrichello que travou na largada e depois a punição para Webber. A diferença do vice-líder, Rubinho, para Button reduziu, é verdade, mas poderia ter sido muito pior.

Sobre os rumos do campeonato, acredito que nos construtores dá Brawn. Só quem tem chance de chegar é a Red Bull, mas tem sérios problemas com o número de motores disponíveis e não tem mais o grande desempenho que já mostrou em dado momento do campeonato. No mundial de pilotos, acredito que dê Button, mas deve ser mais apertado. Ele caiu muito de produção, mas a vantagem que ele abriu no início foi grande. Fora isso há três pilotos disputando para alcançá-lo (seu companheiro Barrichello e Vettel e Webber, da Red Bull) e, ainda, temos a grande evolução de McLaren e Ferrari, "roubando" uns pontinhos importantes deles. A fase atual está boa para Rubinho, mas será muito difícil tirar o mundial de Button.

Agora faltam apenas 5 etapas. A próxima etapa é Monza, na Itália, daqui a 2 semanas. Button até o momento soma 72 pontos e Rubinho tem 16 de desvantagem. Logo em seguida aparecem Vettel e Webber com 53 e 51,5, respectivamente. Na "série B", com a vitória de hoje, Raikkonen passou a liderar com 34 pontos, seguido de perto por Rosberg com 30,5 e Hamilton com 27.

No mundial de construtores Brawn segue na dianteira com 128 pontos, seguida de perto por RBR com 104,5. Na "série B", Ferrari vem na frente com 56 pontos. McLaren tem 44 e Toyota 38,5. Destaque para a saída da Force India da lanterna com o grande desempenho em Spa de Fisichella.

domingo, 29 de março de 2009

Comentários sobre a Austrália

- Ao final da primeira etapa, de um total de 17, a Brawn mostra ser a favorita em disparada ao título. Button foi impecável nos momentos decisivos e conquistou a pole e uma vitória de ponta-a-ponta. Rubinho abusou dos erros, mas também mostrou competência e teve muita sorte. Ross Brawn é muito bom. Incrível como assumiu a desmotivada Honda e, enfrentando todos os problemas financeiros, faz uma dobradinha logo na corrida de estréia de sua equipe. Os japoneses da Honda devem estar se perguntando onde estavam com a cabeça quando decidiram colocar Fry para liderar a equipe e o mantiveram por tanto tempo.

- Brawn, Toyota e Williams disputam um campeonato a parte.

- No campeonato B (das outras 7 equipes) Red Bull, BWM e Ferrari dispõem dos melhores carros.

- Ferrari, porém, precisa solucionar os problemas de confiabilidade e precisa também de melhores tomadas de decisão durante as corridas. Massa largou em 6º e com uma boa largada pulou para 3º. Fazia uma corrida boa até entrar para a 2ª parada, muito cedo. Ainda teve de abandonar devido a problemas no carro com a direção hidráulica. Depois explicou que a estratégia era para 3 paradas, mas que o momento da entrada do Safety Car o prejudicou. Raikkonen parece que continua no mesmo ritmo do ano passado. Fez uma corrida apagada. Errou no final, danificou o carro e também teve de abandonar.

- Vettel (Red Bull) e Kubica (BMW) faziam uma corrida fantástica até o momento que colidiram, quando faltavam 3 voltas para o final. Pelos treinos eu não imagina que RB e BMW estivessem nesta forma para a primeira corrida. Impressionante. Quanto ao acidente acho que foi um lance de corrida. Não era nada para punição. Vettel com os pneus moles destruídos não tinha como segurar Kubica nas 3 voltas que restavam. Kubica por sua vez já planejava disputar a vitória com Button, que também tinha pneus moles destruídos. Kubica forçou e Vettel poderia ter facilitado de uma vez. Kubica só tinha chances de chegar em Button no final por causa do 1º Safety Car. Não fosse isso o Button estaria com uma vantagem muito boa.

- Na minha opnião Hamilton e McLaren conseguiram o resultado mais impressionante na corrida da Austrália. Largou em 18º e chegou em 3º com o problemático carro de que dispõe. Se as equipes do "campeonato B" têm muito a evoluir, McLaren tem ainda muito mais. Estou curioso para ver sua evolução e o trabalho de Hamilton e Kovalainen.

- Fernando Alonso foi outro que teve um ótimo desempenho. A Renault parece também ter sérios problemas quanto ao carro e o problema não é motor. Alonso penou para chegar em 5º. Já Vettel com o mesmo motor e o carro projetado por Adrian Newey chegou até a 3 voltas do final da corrida mantendo a 3ª posição, quando colidiu com Kubica. Nelsinho fazia uma boa corrida, dianta das possibilidades, até a saído do Safety Car. Acho que, na ânsia por mostrar resultado, forçou a barra para cima do Rosberg e com os freios frios perdeu o controle do carro na entrada da curva.

- Eu esperava por mais falhas mecânicas. Acho que apenas com o Massa. Não lembro de mais nenhum. Com tantas mudanças introduzidas, era esparado que houvesse mais problemas.

- A Brawn é impressionante pela velocidade, consistência, confiabilidade e ainda por cima é um verdadeiro tanque. Como é que o Rubinho conseguiu terminar em 2º? Logo na largada danificou a asa dianteira e o tal do difusor. Poucas voltas depois continuou num bom ritmo e chegou a perder mais um pedaço da asa dianteira em um toque com Raikkonen. Em sua primeira parada trocou a asa dianteira, mas foi até o final com a parte traseira danificada.

- Acho que as mudanças introduzidas surtiram o efeito desejado. Tivemos bons pegas e ultrapassagens.

- A FIA não pára de fazer lambança. Tenta mudar regra faltando 2 semanas para o início do campeonato, voltou atrás em seguinda e mostrou que não iria aceitar a proposta da FOTA para não demonstrar fraqueza, ou sei lá o que. Idiotice. Depois não tomou uma decisão rápida quanto aos difusores e só vai avaliar a situação depois de duas etapas. Isso tem um bom potencial de merd... Podem chegar a conclusão de que era inválido. Daí elimina os resultados de Brawn, Toyota e Williams? O principal problema quanto ao difusor, pelo que entendi, foi a forma como a FIA conduziu a coisa. Parece ser legal pela leitura das regras como está, mas já li que equipes como Renault e Red Bull há algum tempo tinha consultado a FIA sobre a possibilidade de fazer algo parecido e a FIA disse ser ilegal. Dois pesos e duas medidas? Outra coisa é, isso não está indo contra a proposta das ultrapassagens e a perda de pressão aerodinâmica? Imagino que isso foi o que levou a declaração de ilegalidade para Renault e RB na época. Se estava mal escrito e já havia percebido era mais fácil chamar logo todo mundo para conversar. Explicaria a situação e faria um acordo. O que não dá é deixar a coisa rolar solta e depois tentar tapar o sol com a peneira.

- Para mim errou também na punição para Vettel em 10 posições no GP da Malásia pelo incidente hoje e na multa de US$ 50.000,00 para Vettel, também, por ter tentado continuar com o carro bem destruído. O correto teria sido dar uma bandeira preta e aí se ele não parasse sim multá-lo. A punição para Trulli em 25s por uma ultrapassagem indevida eu não vi o lance, mas deve estar certo, imagino. Com todas estas lambanças começo a ficar preocupado com o futuro da F1. Cada vez mais está se perdendo o controle e cada vez mais fica escancarado que para a FIA e FOM a F1 nada é mais que um bom negócio. A única coisa boa que tenho visto nesta lenga-lenga toda é que as equipes estão mais unidas. Acho que isso será o pontapé inicial para as coisas voltarem para os eixos.

- O mundial de pilotos por enquanto fica assim.

1. Button (Brawn) - 10 pontos
2. Barrichello (Brawn) - 8 pontos
3. Hamilton (McLaren) - 6 pontos
4. Glock (Toyota) - 5 pontos
5. Alonso (Renault) - 4 pontos
6. Rosberg (Williams) - 3 pontos
7. Buemi (Toro Rosso) - 2 pontos
8. Bourdais (Toro Rosso) - 1 ponto

- E o mundial de construtores fica assim.

1. Brawn - 18 pontos
2. McLaren - 6 pontos
3. Toyota - 5 pontos
4. Renault - 4 pontos
5. Williams - 3 pontos
6. Toro Rosso - 3 pontos

- O ano promete. Pena que provavelmente voltará a ocorrer intervenções dos engravatados nos resultados. Eles estão gostando demais da brincadeira.

- Daqui a 1 semana tem GP da Malásia.

sábado, 28 de março de 2009

Começa a F1 2009

O final da temporada passada coincidia com o estouro da crise financeira mundial, que por sinal ainda continua a exibir seus efeitos pelo mundo e continua a gerar muitas incertezas. Essa crise gerou e continuar a gerar muita preocupação pelo mundo e na F1 não foi diferente. Seu primeiro efeito por lá foi o anúncio da retirada da Honda. Depois de muitas negociações Brawn, que já era diretor na extinta Honda, assumiu a equipe que passou a se chamar Brawn e Fry, que liderou a Honda por todo o tempo, continuou mas parece ter perdido bastante espaço nas decisões.

Independentemente da crise, já havia a tempo, o planejamento de introdução de uma série de novidades com um novo regulamento técnico que primava por ultrapassagens e dava continuidade aos planos de redução de custos na F1. No contexto das ultrapassagens, saíram de cena os apêndices aerodinâmicos (aquelas pontas todas no carro), a asa dianteira ficou mais larga e baixa, a asa traseira mais estreita e alta, compensou-se a perda de pressão aerodinâmica com o retorno dos pneus slick (os lisos), asa dianteira regulável pelo piloto e introdução do KERS (sistema de recuperação de energia cinética).

No contexto da redução de custos, limitou-se o uso de 8 motores por piloto durante a temporada (mais 4 para testes), limitação a 18 mil giros, imposição de custos menores para venda de motores a equipes independentes, extinção dos testes (extra GPs) durante a temporada e redução na utilização dos túneis de vento. Para maiores informações sobre as mudanças, consultar o Tazio.

Com execeção dos cortes nos testes eu gostei das outras alterações, mas acho que o Kers poderia ter sido adiado devido a crise. Com as mudanças para facilitar as ultrapassagens houve um nítida mudança na aparência dos carros. Eles ficaram mais limpos com a saída dos apêndices aerodinâmicos, mas causa estranheza as mudanças nas asas. As asas dianteiras reguláveis são muito interessantes, mas para quem assiste não há muito o que ver. O uso do Kers é muito bacana de ver.

Outras mudanças ainda houveram quanto ao procedimento adotado na entrada do Safety Car. Os boxes não mais ficarão fechados, mas os pilotos devem respeitar um limite de velocidade considerado seguro. Depois do impacto da saída da Honda ainda decidiu-se por tornar a F1 mais interessante para o público. As equipes têm de publicar o peso com que os carros vão largar (nível de combustível), terá sessão de autógrafos com todos os pilotos e todos os pilotos devem conceder entrevistas depois dos treinos classificatórios e corridas. Muito bom.

Com estas mudanças nas regras já estava muito bacana a expectativa, mas a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e a FOM ("dona" da F1) optou por melecar tudo quando, faltando apenas 2 semanas para o primeiro GP do ano, anuncia que a pontuação se mantem como foi em 2008 mas o piloto vencedor na temporada será aquele com mais vitórias. Acho bom valorizar a vitória, mas desta maneira gera anomalias como: forçar a definição do número 1 na equipe e o tudo ou nada. Provavelmente os pilotos arriscariam muito mais, gerando situações perigosas. Não vendo chances de vitória, pilotos poderiam parar para poupar o motor para a próxima etapa.

A FOTA (equipes) havia sugerido um sistema de pontuação 12-9-7-5-4-3-2-1, que daria maior valor a vitória. Isso sim parece uma idéia muito melhor. Você valora vitórias, mas continua a privilegiar a regularidade. No final das contas houve muitas críticas e a FIA voltou atrás, mantendo as coisas como estavam. O episódio deixou claro que a FIA e a FOM não aceitam sugestões e prometem impor o sistema bizarro de definição de campeão para 2010.

Outro ponto onde a FIA tem falhado é em apresentar uma decisão definitiva sobre o difusor utilizado pela Brawn, Williams e Toyota. Nos últimos testes da pré-temporada estas equipes mostraram um forte desempenho e levantou suspeitas de irregularidade. Acontece que o texto do regulamento ficou um tanto quanto ambigüo e estas 3 equipes fizeram uma interpretação distintas das outras 7, o que lhes confere uma grande vantagem e que para as outras equipes poderem competir de igual para igual terão de fazer grandes alterações no projeto de seus carros, algo praticamente impossível por todas as limitações financeiras e nos testes. Maiores informações aqui.

Todo o atraso nas definições quanto ao surgimento da Brawn levou todos a acreditar que a equipe não teria chances de mostrar resultados expressivos durante o ano, mas desde sua primeira apresentação na pré-temporada a equipe mostrou ter um carro muito rápido e confiável. Vale lembrar que o carro da Brawn não nasceu do nada. A Honda começou a trabalhar em 2008 no carro de 2009 muito cedo, quando viu que dispunha de um carro muito ruim para aquela temporada e que não havia muito mais o que fazer para evoluir. Naquela época a equipe ainda dispunha de muito dinheiro e foi feito um grande investimento no novo projeto. Outro ponto positivo para o novo carro foi a mudança de motor de Honda para Mercedes. Com a saída da Honda, ela não queria mais produzir motores para a F1 e assim a Brawn teve de arrumar um fornecedor e a Mercedes foi a escolhida. Por sorte do destino o bom projeto do carro casou muito bem com o motor Mercedes, mais forte que o Honda.

O resultado disso tudo acaba de sair, a Brawn conseguiu em sua primeira aparição num GP dobradinha na classificação e na corrida. Fora que se lança como a favorita ao título. Não havendo restrições quanto aos difusores, deve confirmar o título muito antes do final da 17ª etapa da temporada (última delas). Caso a FIA o proíba, ainda deve se mostrar forte mas as outras irão encostar.

Fora a surpresa com Brawn, Williams e Toyota, a maior discrepancia de desempenho em relação a temporada passada está na McLaren. A equipe tem mostrado muitas dificuldades com o novo carro. Dentre as equipes sem o difusor "diferenciado", Ferrari se destaca mas continua, assim como em 2008, a mostrar problemas de confiabidade tanto na pré-temporada como hoje na corrida viu-se problemas.

Hoje a corrida acabou da seguinte forma. Seguem os 8 primeiros, aqueles que pontuam.

1. Button (Brawn)
2. Barrichello (Brawn)
3. Trulli (Toyota)
4. Hamilton (McLaren)
5. Glock (Toyota)
6. Alonso (Renault)
7. Rosberg (Williams)
8. Buemi (Toro Rosso)

Como já era esperado, dentre os 8 temos 5 dentre dentre Brawn, Williams e Toyota. Nakajima da Williams, que seria o sexto dentre os turbinadas com o super difusor, bateu e abandou a prova. Destaque para a dobradinha da Brawn. Destaque também aqui para o bom desempenho de Hamilton e Alonso com tudo o que enfrentaram neste final de semana. O destaque negativo do final de semana fica por conta do abandono dos dois carros da Ferrari. Raikkonen parece que saiu em conseqüencia de um acidente. Chegou a continuar correndo um pouco mais, mas depois foi para os boxes. Massa vinha numa prova razoável até a sua segunda (e provavelmente última) parada. Vinha em terceiro e teria chances de lutar pelo 2º lugar, mas parou muito cedo e caiu bastante. Depois apresentou algum problema, deu uma volta muito lento e foi para os boxes.

Dentre os brasileiros o grande destaque foi Rubinho. Se mostrou mais forte que seu companheiro nos treinos livres, mas no classificatório ficou em segundo. Na corrida, largou mal e fez uma corrida de recuperação. Graças aos problemas enfrentados por Massa e ao acidente envolvendo Kubica e Vettel no final, retomou o segundo posto. Nelsinho abandonou ao rodar na saída da primeira vez que o Safety Car foi acionado. Alegou que forçou uma ultrapassagem e com os freios frios não teve como segurar o carro.

Sobre Kubica e Vettel, fora a Brawn, foram os pilotos que mais me chamaram a atenção. Não espera nem de longe o desempenho que apresentaram hoje. Caso não colidessem provavelmente estariam no pódio. Meu comentário sobre o incidente? Vettel não teria como segurar o Kubica até o final devido aos pneus e forçou para tentar manter a posição. Kubica, por sua vez, forçou para ganhar a disputa. Com os pneus em estado crítico, Vettel terminou por abrir na curva e colidiu. Não acho que seja caso para punir nenhum deles, mas acredito que se houve erro este foi de Kubica. Ele deveria ter abortado aquela tentativa e tentava em seguida. De qualquer forma, gostei demais do desempenho de ambos.

O chato é que mal começou o campeonato e já podemos ter uma intervenção da FIA nos resultados. Dia 5 ocorrerá o GP da Malásia e no dia 14 a FIA erá julgar o uso do difusor diferenciado. Os resultados dos 2 primeiros GPs podem ser alterados e a decisão sobre a continuidade ou não do uso de tal difusor terá um impacto direto na disputa pelos títulos. Acho que a FIA deveria ter dado uma posição de forma mais rápida, antes do GP da Austrália. Acredito que a decisão será política e terminará por proibir o uso, mas manterá os resultados.

O que esperar daqui para a frente? Brawn é a favorita. Vettel e Kubica darão trabalho. Hamilton e Alonso mesmo com carros problemáticos irão dar seus pulinhos. Ferrari precisa resolver os problemas de confiabilidade e estratégia de corrida. Não entendi a segunda parada do Massa. Deveria ter sido bem depois.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Novidades no automobilismo

As coisas cotinuam meio paradas. No momento o que se vê é muita discussão sobre crise econômica, reuniões para tratar de cortes e saída de equipes de diversas categorias.

Na F1, nada de novidade sobre a possível venda da ex-Honda. Nada de novidade sobre os pilotos titulares para 2009 na Toro Rosso. Quanto às possíveis mudanças, a que mais provoca discussão no momento é a implementação do sistema de pontuação com medalhas.

Isso é interessante por valorizar as vitórias e estimular ultrapassagens, mas por outro lado não seria interessante para as equipes menores. Acontece que hoje 8 pontuam em cada GP e assim as menores têem chances de sonhar em pontuar eventualmente. Restringindo ao pódio isso complica bastante. Acho que o melhor seria valorizar mais as primeiras posições. Um medida mais sensata seria retornar ao sistema de pontuação anterior (10, 6, 4, 3, 2, 1) ou fazer melhor ainda e pontuar como na Indy por exemplo, onde mais pilotos pontuam e a vantagem pela vitória é maior.

Outras discussões ainda existem sobre motores padrões. Ficou definido que teria um projeto único, mas cada um poderia fazer o seu. Acho que o correto seria deixar como estava, mas tentar reduzir através de durabilidade como foi feito e a disponibilização de um fornecedor mais "em conta" como também foi feito. Motor é a essência do automobilismo e F1 é caracterizada por desenvolvimento de tecnologias.

Quanto ao KERS, cheguei a conclusão que no início provavelmente não vai ser possível ver um grande ganho, talvez uma ou outra equipe consiga tirar alguma vantagem, mas no geral vai gerar é problemas com o maior peso no carro e as falhas. Mas é algo que tem que se investir mesmo, para que num futuro não muito distante esteja disponível em nossos carros. Não para fazermos ultrapassagens claro, mas para poupar combustível e a natureza. Sobre às críticas pedindo adiamento de sua implementação, como veio da Ferrari, acho que não se justifica. Isso tinha sido decidido a muito tempo. E se alguém atrasou, fazer o que?

Na Indy ainda há indefinição quanto ao Hélio Castro Neves. Não se sabe ainda sobre seu futuro, devido ao julgamento. A equipe quer contar com ele, mas não sabe se ele poderá correr. Daí não sabe quem será seu titular. O nome de Rubinho já surgiu como possível substituto.

Feliz 2009

Olá pessoal,

Desejo a vocês um 2009 de muita paz, saúde e realizações.

Abraços,
André.