domingo, 28 de março de 2010

GP da Austrália

No sábado, Red Bull mostrou que tem o melhor carro para uma volta lançada e conquistou as duas primeiras posições para o grid de largada no domingo. Alonso mostrando grande forma e ótima adaptação ao circuito foi o terceiro com um tempo próximo ao das Red Bulls. A quarta posição foi conquistada por Button que também demonstrou grande adaptação ao circuito. Em seguida apareceu Massa, enfrentando problemas para aquecer os pneus. Na seqüência as Mercedes (com Rosberg na frente), Barrichello em 8º graças ao péssimo desempenho de Hamilton na classificação, Kubica e Sutil. Hamilton largou apenas em 11º e as 3 novatas ficaram com as 6 últimas posições.

Para a corrida, uma emoção a mais foi a chuva. Todos largaram com pneus intermediários. Logo de cara, nos primeiros metros, Massa largou muito bem e pulou de 5º para 2º. Eu esperava que Massa passasse, pelo menos, o Button e talvez o Webber que largaram no lado sujo da pista. Não contava com uma largada tão ruim de Alonso, que estava exatamente a frente de Massa no grid. Alonso mandou muito bem durante todo o final de semana com exceção da largada. Já Massa enfrentou problemas com a temperatura dos pneus devido ao seu estilo de pilotagem durante todo o final de semana e teve na largada o seu melhor momento. Fora isso o brasileiro ainda conseguiu guiar muito bem diante dos problemas que enfrentou durante o final de semana. Terminou com uma boa 3ª posição.

Na primeira curva a ordem já era Vettel, Massa e Webber. Daí Alonso e Button decidiram partir para o tudo ou nada tentando fazer dois carros passarem onde só cabia um. Alonso e Schumacher foram os mais prejudicados neste momento. Alonso ficou virado para o sentido errado da pista e caiu para último. Michael Schumacher teve a asa dianteira quebrada quando foi tocado por Alonso. A partir daí o bicampeão e o heptacampeão partiram para uma corrida de recuperação. Alonso conseguiu uma boa quarta posição e desta forma ainda manteve-se na ponta da tabela. Já Schumacher teve uma baita dificuldade em ultrapassar ALguersuari da Toro Rosso e só a realizou nas voltas finais. Conquistou apenas a 10ª posição enquanto seu companheiro foi o 5º. O mais beneficiado foi Kubica. O polonês tinha largado em 9º e depois da confusão, passava a segunda curva em 4º.

Vendo o resultado final da prova, o que mais chama a atenção é exatamente o segundo lugar conquistado por Kubica da Renault. Um resultado conquistado com uma boa largada e muita sorte também. Fora isso o bom trabalho da equipe nos boxes também ajudou. Foi lá que ultrapassou Massa, por exemplo. Já Button além de seu ótimo desempenho no circuito, contou com muita sorte para a conquista da vitória. O ponto chave para a conquista foi a troca antecipada para os pneus lisos. Foi o primeiro a arriscar isso. Sofreu um pouco no início, mas logo começou a andar muito mais rápido que o restante, que trocou apenas 2 voltas depois. Vale salientar aqui a capacidade de Button em poupar os pneus. Colocou os pneus lisos na 6ª volta e foi até o final. Já seu companheiro de equipe, Hamilton, precisou de uma segunda parada. Hamilton por sinal foi o piloto que mais fez a alegria da galera. Foi o piloto mais agressivo do grid e arrisco dizer, mesmo sem olhar qualquer estatística, que foi o piloto que mais ultrapassagens fez durante a corrida. Claro que como arriscou muito também sofreu com colisões e erros. No final das contas terminou em 6º.

Completando os 10 primeiros, Liuzzi, Barrichello e Webber, que chegaram em 7º. 8º e 9º, respectivamente. Bela corrida de Barrichello. Ótimo resultado de Liuzzi. Já o piloto da casa, Webber, poderia ter terminado mais a frente, mas envolveu-se em uma acidente com Hamilton quando ambos atacavam Alonso na disputa pela 4ª posição. Vinha Alonso na frente sofrendo com um pneu muito desgastado, Hamilton e Webber logo atrás. Numa das curvas Hamilton partiu para cima, Alonso defendeu-se como pôde e Hamilton abortou a manobra. Nisso Webber não conseguiu para a tempo e bateu na traseira de Hamilton. Webber teve o bico quebrado e teve de ir aos boxes. Hamilton conseguiu se manter até o final e perdeu apenas a posição para Rosberg.

Fora isso destaque para a Hispania, que conseguiu terminar sua primeira corrida. Foi Chandhok quem realizou tal feito. Senna abandonou logo no início, quando perdeu as marchas. Di Grassi conseguiu andar um pouco mais, chegando a completar quase que metade da corrida, mas também abandonou devido a problemas hidraulicos.

No campeonato Red Bull demonstra ter o melhor carro para classificação e não fossem os problemas de confiabilidade teria conquistado duas vitórias em duas corridas. Hoje Vettel abandonou devido a um problema nos freios. Ferrari e McLaren vêem logo em seguida, tendo a Ferrari desempenho superior em volta lançada. Mercedes, para disputar com estas 3, precisa melhorar muito ainda. No campeonato, devido aos problemas de confiabilidade enfrentados pela Red Bull, Ferrari e McLaren começam a despontar como as maiores candidatas ao título. Renault, Force India e Williams estão fortes na briga pelo 5º posto.

Depois de duas rodadas, o mundial de pilotos está assim.

1. Alonso (Ferrri) - 37
2. Massa (Ferrari) - 33
3. Button (McLaren) - 31
4. Hamilton (Mclaren) - 23
5. Rosberg (Mercedes) - 20
6. Kubica (Renault) - 18
7. Vettel (Red Bull) - 12
8. Schumacher (Mercedes) - 9

Já no mundial de construtores, temos o seguinte.

1. Ferrari - 70
2. McLaren - 54
3. Mercedes - 29
4. Renault - 18
5. Red Bull - 18
6. Force India - 8
7. Williams - 5

segunda-feira, 15 de março de 2010

Indy em São Paulo

Gostaria de ter estado lá durante a competição, mas não pude. Acompanhei pela TV e internet.

Foi bacana a prova ter acontecido por aqui, apesar do tempo extremamente escasso para a organização. Gostei demais do traçado e a estrutura do local também ficou muito bacana.

O grande porém ficou por conta das ondulações na pista e principalmente pela baixa aderência na reta do sambódromo. Este último, por sinal, não há desculpas. Como é que a organização local, americana e a própria FIA não perceberam isso? Depois veio o remendo de sábado para domingo. Resolveu o problema da aderência, porém gerou um sério problema de visibilidade. Quando os carros passavam, simplesmente subia uma fumaça. Isso na largada gerou diversas colisões. Sendo que uma delas poderia ter facilmente culminado em algo mais sério. O carro de Mário Moraes parou em cima do carro de Marco Andretti e uma das rodas do carro do brasileiro ficou em cima da cabeça do americano.

Pelo jeito a prefeitura garantiu mais 4 anos de prova. Tomara que resolvam estes problemas já para o ano que vem.

P.S.: a transmissão também teve seus problemas. O que mais me incomodou mais foi o fato da narração não ser do Téo José.

P.S.: outro problema foi a falta de controle no acesso da imprensa. Achei um absurdo aquela câmera em cima do Kanaan quando ele estava com a equipe e seus companheiros começando a traçar os planos para a classificação. Achei muito boa a cortada dele. Outro absurdo foi no pódio, quando falaram com o Vitor Meira. Pior que isso, apenas na Truck. Quando falaram com o Giafone, o vencedor da última etapa, no pódio antes da premiação. Basicamente segura aí que eu sou mais importante.

TV Globo e o automobilismo

Não sei quanto a vocês, mas esta política da Globo de não falar marcas durantes as transmissões tem me incomodado bastante.

Até ano passado a gente via isso na Red Bull e Toro Rosso na F1. Eles ficam inventando nomes como RBR e STR. Na Stock, se não me engano, também acontecia isso. Lá a Nextel pagou pelo direito do capeonato ser chamado de Copa Nextel de Stock Car. A globo simplesmente ignorava isso.

Neste ano entraram novas equipes e a Globo decidiu expandir as restrições a Virgin, que ela teima em chamar VRT ou Manor.

Para mim isso é um tiro no próprio pé e só coloca mais dificuldades para os pilotos nacionais. Acontece que as empresas gastam verdadeiras fortunas com este tipo de patrocínio ou parceria com o objetivo de associar suas marcas a um esporte de grande apelo popular. Assim o esporte ganha meios para se manter em alto nível e a empresa tem como retorno um maior reconhecimento do público e a associação de suas marcas a tecnologia. Com a decisão da TV Globo em simplesmente ignorar a contribuição das empresas, ela faz com que esta parceria se torne menos vantajosa para a empresa. Isso pode fazer com que ela desista da parceria por este motivo.

No caso da F1 isso é um pouco menos crítico por a TV Globo cuidar apenas de uma pequena parcela da transmissão. Ela transmite apenas para o Brasil e a F1 atinge boa parte do planeta. Mesmo assim, se considerarmos o tamanho de nosso mercado consumidor e poder econômico de nosso país, é algo preocupante para estas empresas. No caso da Stock Car a coisa é bem mais complicada por razões óbvias.

A coisa é muito pior se você olha pela perspectiva de um piloto brasileiro. Acontece que muitos dos pilotos no grid são contratados mais pelo potencial de trazer dinheiro para a equipe do que pelo talento na pista. É fato conhecido a quase inexistência de patrocínio nacional no automobilismo internacional. Não tenha dúvidas que um fator primordial para isso é a decisão da Globo de não expor os patrocínios ou parcerias de uma forma clara. Para se ter idéia, veja a dificuldade do Bruno Senna em conseguir patrocínio nacional para ir a F1. E veja que ele conta com o sobrenome Senna e todo o frisson provocado por ele.

Fora isso, a Globo tem um talento fora do comum para destruir carreira de pilotos nacionais. Com o objetivo de promover audiência, começa a encher a bola de pilotos nacionais que claramente não dispõem de carro ou situação favoráveis dentro de sua equipe. Começa a propagandear que o piloto vai disputar corridas ou até mesmo o título. Daí de tanto você ouvir aquilo passa a criar esperanças. Até porque eles são os "especialistas". Você cria toda aquela expectativa por vitórias e conquistas. O tempo passa e o piloto começa a amargar resultados ruins ou conquista resultados apenas medianos. Com isso vai se criando o estígma de que determinado piloto é muito ruim. Que teve suas oportunidades e as desperdiçou. O que o diga Rubens Barrichello. Se bem que o caso do Rubinho, teve uma baita contribuição dele para a geração de toda uma imagem negativa no país.

Rubinho, com a morte do Senna, começou a propagandear que iria o sustituir a altura. Isso por diversos anos foi inviabilizado pelos carros ruins de que dispunha. Anos depois recebeu uma proposta da Ferrari e em 2000 começou a correr pela equipe italiana. Acontece que naquele momento Rubinho não teve muito o que pensar. Ir para a Ferrari era a sua chance real de dispor de um carro realmente forte, porém a chance apareceu apenas quando Schumacher era o grande piloto da equipe. Isso minou com qualquer chance para Rubinho disputar o título. Nem tanto por talento, mas principalmente por razões políticas internas da Ferrari. Naquela época simplesmente havia um primeiro piloto declarado. Rubinho foi contratado para facilitar as coisas para ele e para viabilizar títulos de construtores.

Agora a vítima da vez na TV Globo é o Bruno Senna. Está claro que a Hispania vai passar o ano capengando e bringando para dispor de dinheiro para correr e depois para manter o carro na pista até o final. E a narração fala em conquistas de Bruno. Para este ano a maior conquista que ele pode almejar é ter oportunidade de mostrar seu potencial e conseguir se garantir para o ano que vem, se possível em melhores condições. A Globo fica traçando comparativos de todos os tipos entre Bruno e Ayrton Senna e o, pior, até a mãe de Bruno, irmão de Ayrton, está entrando na onda da Globo. Minha esperança é que Bruno não entre nesta onda. Pelo que tenho visto ele tem uma cabeça muito boa. É muito pé no chão e tem talento, mas precisa ainda de muita experiência. Tomara que sobreviva a essas armadilhas.

A nova dinâmica das corridas de F1

Pelo que pudemos ver ontem, a dinâmica mudou um bocado.

Agora a largada tem uma maior importância. Ultrapassagem a muito tempo na F1 tornou-se a exceção e o problema já é de conhecimento público. A aerodinâmica dos carros evoluiu tanto que o famoso "pegar o vácuo" do carro da frente tornou-se algo quase impossível. Isso se deve ao fato de que quando você se aproxima do carro da frente, passa a pegar um ar "sujo" e as propriedades aerodinâmicas do carro são afetadas. Quando projetado, você pensa no carro de cara pro vento. Daí o carro fica mais nervoso que o normal e daí fica fácil de errar.

As alterações aerodinâmicas feitas no ano passado com a saída dos apêndices aerodinâmicos (aquelas pontas todas no carro), a asa dianteira aumentada, a asa traseira diminuída e a volta dos pneus lisos foram feitas pensando em tornar as ultrapassagens mais corriqueiras. Acho que teve alguma influência, mas o resultado ainda foi pequeno. Têm culpado o difusor duplo introduzido pela Brawn ano passado. Equipamento inclusive ao qual essencialmente deve-se toda a vantagem obtida pela equipe inglesa no início da temporada anterior, que culminou com a conquista de ambos os títulos. Para o ano que vem este dispositivo vai ser proibido.

Outra alteração no regulamento do ano passado visando as ultrapassagens foi a introdução do KERS, o tal dispositivo que captaria energia durante as frenagens e dava uns cavalinhos a mais durante alguns segundos. É verdade que trouxe alguma vantagem a quem utilizou. Só que os problemas na distribuição do peso do carro complicou bastante as coisas. Devido a esse problema na distribuição de peso ou aos altos investimentos requeridos em pesquisa para o uso de tal dispositivo fez com que menos da metade das equipes o adotassem na temporada anterior. Para esta temporada o regulamento permite o uso do KERS, porém as equipes fecharam um acordo para que ninguém o utilizasse.

Para este ano não há mais reabastecimento. Os carros largam extremamente pesados e essencialmente com o mesmo peso. Claro que vai variar de acordo com o nível de consumo do motor utilizado. Ano passado muitas ultrapassagens eram viabilizadas por diferentes estratégias de reabastecimento, pois a diferença de peso muitas vezes eram enormes. Isso não há mais.

Outro artifício que era bastante utilizado até ano passado para as ultrapassagens eram a paradas nos boxes. Com a saída do reabastecimento, o tempo de parada caiu muito e a margem de manobra nas estratégias e o ganho devido ao empenho da equipe em fazer o trabalho rapidamente diminuiu drasticamente. Isso tem seu lado positivo de forçar as ultrapassagens de acontecerem nas pistas, mas por outro lado o que vimos ontem na corrida foi uma procissão, principalmente entre os pilotos da frente.

O fim do reabastecimento também acabou com aquele velho esquema que ficou bastante conhecido com Schumacher, o de voar nas voltas que antecediam a parada. A lógica disto era a seguinte. Não dá para você forçar o carro o tempo todo. É um risco muito grande de quebra ou de erro. No momento em que antecedia a parada o carro estava extremamente leve. Assim você conseguia fazer tempos muito baixos durante algumas voltas. O cuidado ficava por conta dos pneus desgastado, o que prejudica a aderência. Assim era vantagem parar depois dos seus concorrentes. Muitas ultrapassagens eram feitas desta forma. Agora quem para antes é beneficiado, mas tem que tomar cuidado com a questão do desgaste do pneu. Um parada antecipada pode fazer com que o próximo conjunto de pneus seja muito exigido. Além, claro, de tentar evitar tráfego.

Levando tudo isso em consideração a largada ganha uma maior importância que anos anteriores. Ganhar posições na largada agora terá um peso maior que no ano passado. O problema é fazer isso sem promover um grande desgaste nos pneus, o que poderia gerar uma parada a mais que a concorrência.

Sobre as ultrapassagens a grande verdade é que não são os carros os grandes vilões nesta questão. Os circuitos é que evoluíram para formatos que tornam esta tarefa extremamente difícil. E por razões de segurança e, muitas vezes, devido aos altos custos envolvidos em uma reforma deste porte não deverão ocorrer mudanças.

domingo, 14 de março de 2010

GP do Bahrain

Primeiro GP e as coisas começam a ficar mais claras. É claro que apenas um GP - pelas características do circuito e as condições únicas do tempo - não é adequado para uma conclusão, mas dá para ter uma idéia muito boa. Esta foi a primeira oportunidade que tivemos de ver os carros correndo lado a lado em condições semelhantes de pneus e nível de combustível.

Red Bull e Ferrari parecem estar a frente da concorrência, mas extremamente próximas. Hoje o pole, Vettel, muito provavelmente venceria não fosse um problema, aparentemente no escapamento, que o fez perder potência. Conquistou a pole por muito pouco ontem. Foi 1:54.101 contra 1:54.242 do Massa. Se manteve a frente na largada e depois administrou bem. Facilitou muito o trabalho o fato dos ferraristas optarem por uma estratégia de corrida idêntica. Vettel (Red Bull) terminou em 4º, após Alonso (Ferrari), Massa (Ferrari) e Hamilton (McLaren). Rosberg (Mercedes), Schumacher (Mercedes), Button (McLaren), Webber (Red Bull), Liuzzi (Force India) e Barrichello (Williams) facham os 10 primeiros ao final do GP do Bahrain.

Entre os ferraristas, a corrida foi decidida na largada. Alonso largou do lado emborrachado da pista, ou seja, o que traciona melhor. Nisso levou grande vantagem perante seu companheiro, Massa. Partiu para cima, dividiu a primeira curva, e beneficiou-se pelo configuração do traçado da pista. A segunda curva colocou Alonso do lado de dentro.

Depois disso na frente a coisa, pelo menos na frente, transformou-se em uma procissão, que só foi perturbada com o problema de Vettel já na segunda metade da corrida. Pelo que se percebeu com esta primeira corrida com as novas regras, as ultrapassagens nas paradas serão mais difíceis e com a queda do peso do carro ao longo da prova faz com que o segundo set de pneus tenham uma durabilidade muito maior. Algo que deve melhorar muito ao longo do ano é o tempo gasto pelas equipes nas trocas de pneus.

Depois de Ferrari e Red Bull, vem McLaren e Mercedes nesta ordem. Para se ter idéia a diferença de Hamilton para Alonso foi de 23.1s e de Hamilton para Rosberg foi de 17.1s. Com o resultado ficou clara a superioridade destas 4 equipes, que ocuparam as 8 primeiras posições.

Ainda terminaram a corrida Kubica (Renault), Sutil, Alguersuari, Hulkenberg, Kovalainen, Buemi e Trulli. Já Pedro de la Rosa (Sauber), Senna (Hispania), Glock (Lotus), Petrov (Renault), Kobayashi (Sauber), Lucas di Grassi (Virgin) e Chandhok (Hispania) abandonaram.

Destaque para Force India, Williams e Renault. Renault, por sinal, chamou-me muito a atenção. Acho que tem um carro muito melhor que eu imaginei depois da pré-temporada. Force India está dentro do que imaginei. Surpreende bastante por seu histórico. Williams é que está devendo um pouco. Esperava um pouco mais. Acho que atrás das 4 tops, estas 3 equipes disputam o quinto posto. Acho inclusive que Force India e Renault poderiam ter conquistado melhores posições caso não tivesse acontecido um toque entre Kubica, que largou em 9º, e Sutil, que largou logo atrás, logo no começo.

Toro Rosso apresentou um resultado mediano, dentro do esperado. Já Sauber não conseguiu concluir a etapa com nenhum de seus carros. Talvez Sauber consiga chegar ao grupo de Renault, Williams e Force India para disputar o 5 posto entre os construtores.

Dentre as estreantes, não há como deixar de comentar o resultado extremamente positivo para a Lotus. Foi a única das novatas que conseguiu concluir a primeira etapa da temporada e fez isso com ambos os carros. Agora passa a tentar se estruturar melhor e diminuir a distância para as equipes já estabelecidas. Para a segunda etapa, cabe a Virgin e Hispania trabalhar na confiabilidade do carro e tentar concluir seu primeiro GP.

Destaque na prova para a primeira vitória de Alonso na Ferrari em sua estréia pela equipe italiana. Destaque para o pódio de Hamilton mesmo tendo Ferrari e Red Bull desempenho superior. Não dá para deixar de comentar sobre o retorno de Michael Schumacher. Foi o 6º, uma posição e menos de 4s atrás de seu companheiro. O alemão ainda está em fase de adaptação, mas já mostra um bom desempenho. Deve crescer bastante ao longo do ano.

O próximo GP é na Austrália (Melbourne) daqui a 2 semanas.

sexta-feira, 12 de março de 2010

F1 2010

Neste final de semana tem início a temporada 2010 da F1, que por sinal vem cheia de mudanças. Saíram equipes e chegaram outras, pilotos trocaram de times e as regras sofreram algumas modificações.

As equipes e os pilotos



A Toyota depois de anos de enormes investimentos e resultados medianos usou a crise financeira como desculpa para abandonar a F1. Seus pilotos arrumaram vaga nas equipes novatas. Trulli foi para a Lotus e Glock para a Virgin. A Stefan GP comprou o carro projetado pela Toyota para este ano com a intenção de arrumar uma vaga no grid, mas a FIA não liberou apesar da USF1 ter desistido de estrear este ano por falta de dinheiro. Acho que a decisão foi acertada. Estava virando zona. As outras 3 equipes novatas estavam cheias de problemas para conseguir construir um carro a tempo e arrumar dinheiro para a temporada. Colocar mais uma equipe capegando poderia complicar mais ainda as coisas para todas elas.

Seguindo a debandada das montadoras, BMW também falou em crise financeira e anunciou a sua retirada da F1. Passou um bom tempo para conseguir viabilizar a continuidade do que restou. Peter Sauber terminou por reassumir o controle total da equipe fundada por ele. Renomeou a equipe para Sauber novamente e fechou acordo com a Ferrari para o fornecimento de motores. Contratou De La Rosa e Kobayashi para pilotos titulares. Uma dupla razoável. Kobayashi é o jovem piloto japonês que mostrou bom desempenho nas 2 últimas etapas do ano passado, quando substituiu o Glock da Toyota, que sofreu um acidente e ficou impossibilitado de correr. De La Rosa foi piloto reserva da McLaren por muito tempo. Quanto a antiga dupla de titulares, Kubica foi para a Renault e Heidfeld não conseguiu um posto de titular para este ano. Assinou com a Mercedes como reserva.

Uma outra montadora ameaçou sair, mas ainda não foi de vez. A Renault vendeu a maior parte da equipe para um grupo de investidores. De qualquer forma manteve a produção de motores, que inclusive é utilizado pela Red Bull. Neste meio tempo, perdeu sua dupla de pilotos. Alonso partiu para a Ferrari e Grosjean foi chutado. Chegou Kubica e Petrov. O polonês não precisa de maiores apresentações. Acho que tem muito a contribuir para a equipe, mas provavelmente fez um péssimo negócio. Principalmente com a decisão da Renault de iniciar sua retirada da F1 anunciada pouco depois do anúncio de sua contratação. O russo veio da GP2. É um bom piloto, mas essenciamente foi o escolhido por ser aquele que mais dinheiro traria para a equipe. O visual do carro mudou bastante. Agora o amarelo e preto predominam.

Tomando o caminho inverso, a Mercedes decidiu encerrar a tortuosa parceria com a McLaren (caso de espionagem e depois a confusão da mentira descarada do Hamilton no início de 2009) e comprou a Brawn, vencedora da temporada passada. A parceria com a McLaren azedou de vez com a decisão da equipe de passar a produzir carros esportivos. De qualquer forma Mercedes ainda continuará a fornecer motores para a McLaren por mais alguns anos. Foi um ótimo negócio para a Mercedes e a Brawn. Para a equipe inglesa foi a solução para seus problemas financeiros. A Brawn essenciamente venceu o título do ano passado graças a grande quantidade de dinheiro e esforço empregados pela Honda ao longo de 2008 com Brawn supervisionando e dando seus pitacos no projeto do carro para a temporada seguinte. Vale lembrar que em 2008 a Honda dispunha de um carro terrível, que logo deixou de ser desenvolvido para poder concentrar esforços na construção do carro seguinte. No final de 2008 a Honda saiu e Brawn assumiu o espólio. Daí fechou acordo com a Mercedes para o fornecimento de motores e por sorte a fusão do carro projetado e do motor Mercedes foi muito boa. Para completar a equipe explorou desde o início o uso do difusor duplo. A concorrência levou muito tempo para chegar. Quando chegou e ultrapassou, o campeonato estava praticamente assegurado. Ao longo de 2009 foi notório o baixo investimento da Brawn no desenvolvimento do carro apesar de disputar os títulos. Isso se deveu ao fato de dispor de pouco dinheiro. Nesta situação aposto que o carro deste ano deve ter começado a ser projetado tardiamente. Ao longo de 2009 as incertezas sobre a continuidade em 2010 levou a equipe a perder sua dupla. Barrichello foi para a Williams e Button foi para a McLaren. Assim, trouxe Rosberg da Williams e retirou Michael Schumacher da aposentadoria. Muito se espera desta nova parceria entre Schumacher e Brawn, que continua chefe da equipe. Vale lembrar que Brawn esteve presente nos 7 títulos de Schumacher. O visual do carro mudou bastante. O prata predomina e entra também o azul invocado da Petronas, que deixou de patrocinar a BMW, hoje Sauber.

Virgin, Hispania e Lotus são as novatas. Vale lembrar que a Lotus de hoje não tem nada a ver com a Lotus de antigamente. A semelhança fica apenas no nome. A atual inclusive é dirigida por alguém que não tem experiência com automobilismo. O governo da Malásia está a frente do projeto. A Virgin vem de uma parceria entre o pessoal da Manor (equipe de F3) e o grupo Virgin, que ano passado patrocinou a Brawn. Das três novatas é a que mais gera expectativas, pelo menos para mim. Seu projeto inova ao não fazer uso do túneo de vento com o objetivo de cortar custos. O projeto faz uso somente de simulação em computadores. A equipe tem experiência com este tipo de projeto na Le Mans. Pela pré-temporada parece ser a novata de melhor desempenho, mas enfrenta problemas sérios de confiabilidade. A Hispania é a novata que mais tem demonstrado problemas para conseguir correr. Era Campos, foi vendida de última hora para José Ramón Carabante (dono da empresa Meta Image). Este por sua vez pagou o que devia a Dallara, que teve de correr para conseguir concluir o chassi do carro a tempo. É a única das equipes que chegou ao Bahrain (primeira etapa) sem nunca ter testado seu carro. Todas estas três usam motor Cosworth. Trulli e Kovalainen formam a dupla de titulares na Lotus. Glock e Lucas Di Grassi são pilotos da Virgin. Bruno Senna e Karun Chandhok correm pela Hispania.

Eu entendo a razão da FIA restringir os testes por redução de custos da categoria, mas acho esta regra muito bizarra. Tomara que eles encontrem logo uma solução para isso. Acho um absurdo a Hispania chegar para correr no Bahrain sem nunca ter testado seu carro. Para se ter idéia, foi só no Bahrain que o carro foi completamente montado e o motor ligado pela primeira vez. O carro do Karun Chandhok só foi para a pista no treino classificatório. Devido a falta ou pouca quilometragem das novatas há problemas quanto a velocidade muito inferior em relação às equipes já estabelecidas e o carro "desmonta" quando está na pista. A menor velocidade pode complicar a vida dos pilotos que dispõem de carros mais rápidos porque os carros lentos essencialmente transformam-se em obstáculos pela pista. Já pensou, a FIA está querendo inovar com uma corrida com obstáculos. Nos treinos livres o carro de Bruno soltou uma porca do pneu e carro do Glock soltou uma roda. Lembram do GP da Hungria e do acidente do Massa? Isso muito perigoso. De qualquer forma, é bom ter as novatas no grid este ano e espero que rapidamente elas resolvam estes problemas. A FIA poderia ajudar permitindo testes para que elas se acertassem mais rapidamente.

Ferrari tinha contrato com Alonso para 2011. Decidiu antecipar a contratação para 2010 por não estar muito feliz com a apatia de Raikkonen. O finlandês decidiu se manter longe da F1 neste ano para poder receber uma multa milionária da Ferrari. Está disputando rallies pela Citroen na WRC. Desta forma a Ferrari conta com Alonso e Massa, que volta depois de um longo período afastado devido ao seu acidente no GP da Hungria.

Na McLaren a maior mudança foi a troca de Kovalainen por Button, o campeão de 2009. Desta forma contará com uma dupla muito mais forte. Porém, vale lembrar 2007 e a tumultuada parceria Hamilton e Alonso. Vamos ver como Hamilton irá lidar com a pressão de ter novamente um piloto forte como parceiro. Outra mudança foi o encerramento da parceria com a Mercedes, amenizada pelo fato de prosseguir utilizando os motores da montadora alemã.

Williams para este ano trocou ambos os pilotos e trocou os motores Toyota pelos Cosworth. Rosberg foi para a Mercedes e Nakajima não arrumou vaga para este ano. Chegou Barrichello e Hulkenberg, o atual campeão da GP2. Acho que a troca dos motores foi boa, mas ainda não sei se será suficiente para alcançar o Mercedes, Ferrari ou Renault. Acho que não. Red Bull manteve a dupla (Vettel e Webber), assim como os motores Renault. Toro Rosso também manteve a sua dupla (Buemi e Alguersuari) e os motores Ferrari. A maior mudança é uma maior independência da Red Bull. O projeto do carro deste ano, segunda a equipe, foi próprio. Force India também manteve a dupla (Sutil e Liuzi) e os motores Mercedes.

As regras



A maior alteração em relação ao ano passado é a ausência do reabastecimento. Com isso os carros precisaram de um tanque bem maior. Isso repercutiu em todo o seu projeto, uma vez que foi necessário alocar espaço para este crescimento, assim como fazer os devidos ajustes na distribuição de peso do carro. O desgaste de pneus e o consumo de combustível tornaram-se as maiores preocupações das equipes. No início dos GPs os pilotos devem tomar um maior cuidado com o desgaste dos pneus por estar com o carro muito pesado. Outro cuidado especial deve ser dado aos freios, que com o carro mais pesado sofre um pouco mais.

Os pneus dianteiros foram estreitados com o objetivo de promover um maior equilíbrio no carro. Isso deveria ter sido feito ano passado com as mudanças na aerodinâmica, principalmente a asa dianteira grande e a traseira pequena. Acontece que a FIA bobeou e quando percebeu já era tarde. As equipes já estavam em estágio avançado do projeto de seus carros.

Como o número de equipes aumentou em relação ao ano passado, foi necessário definir nova regra para os treiros. Agora voam 7 carros no Q1 e mais 7 no Q2. Os 10 que restarem disputam a dianteira do grid no Q3, como era ano passado. Agora no Q3 os carros vão classificar com o tanque vazio. Isso vai ser legal. O mais rápido realmente volta a largar na frente. Outra mudança é que o piloto que disputou o Q3 tem que largar com o mesmo pneu que terminou o treino. É importante salientar que os tempos no Q3 podem ser mais altos que no Q2 pelo fato de que os pilotos têm de poupar os pneus para a corrida. A tendência é que no geral as equipes adotem 1 parada apenas. Isso inclusive pode fazer com que os pilotos decidam usar os compostos mais duros para marcar tempo no Q3, o que faz com que os tempos sejam mais elevados.

Para amenizar os problemas do ano passado pela falta de testes, agora é permitido que os pilotos que forem assumir o posto de titular no meio da temporada realizem treinos.

Uma última mudança foi realizada no sistema de pontuação. Agora os 10 primeiros pontuam, antes eram apenas 8, e há uma bonificação maior para o vencedor e para o pódio em geral. A pontuação agora é 25, 18, 15, 12, 10, 8, 6, 4, 2, 1. Gostei demais desta alteração. Deve dar uma forcinha para a galera forçar ultrapassagens. Deve deixar a corrida mais animada.

Maiores informações no Tazio.

Relação de forças



Depois dos testes na pré-temporada ficou evidente apenas que as quatro melhores eram Ferrari, Red Bull, McLaren e Mercedes. Isso é consenso. Dentre estas 4 fica difícil estabelecer uma ordem. Parecem estar muito próximas. Talvez a Mercedes esteja um pouco atrás. Este campeonato, desta forma, promete ser o mais disputado em muito tempo. Este ano ficou ainda mais difícil tirar conclusões dos testes porque o tanque aumentou e assim a grande variação no peso dos carros levam a grande variação no desempenho.

Fora a superioridade destas 4, fica evidente apenas que as 3 novatas estão bem atrás e disputam um campeonato a parte entre elas. Hispania parece estar bem atrás, até porque foi a primeira vez que entrou na pista. Virgin parece ter o carro de melhor desempenho, mas a Lotus parece ter um carro mais confiável. Desde os primeiros testes tem enfrentado menos problemas com quebras.

Quanto a Williams, Toro Rosso, Sauber, Force India e Renault ainda está difícil de estabelecer uma relação de forças entre elas.

Dentre os que provavelmente disputarão o título, não aposto ainda em nenhuma equipe. Torço por Ferrari e acho que dispõe de um bom carro para isso, além de certamente dispor da dupla de pilotos mais forte. O calcanhar de aquiles da equipe está na relação entre eles. Se os ânimos se exatarem entre Massa e Alonso será provavelmente o fim das chances da Ferrari em qualquer dos campeonatos. Pelo que tenho visto, isso não deve ser problema. Alonso parece ter amadurecido bastante neste ponto, Massa dispõe de bom respeito e suporte da equipe e a própria Ferrari também tem mostrado uma postura muito positiva neste quesito. Dentre os dois Alonso é muito forte, mas acredito que Massa possa o superar. Acredito inclusive num título para Massa este ano.

Tenho que admitir também uma grande admiração pela equipe Red Bull. Caso esta seja a grande campeã da temporada, isso me deixaria feliz. Seu calcanhar de aquiles encontra-se no motor Renault, que ano passado eliminou qualquer chance de disputa pelo título devido a diversas quebras. Dentre Vettel e Webber, coloco mais fé em um possível título de Vettel. Apesar de Webber ser mais experiente e constante, Vettel faz miséria.

Na dupla da McLaren vejo uma certa vantagem para Hamilton em relação à Button, pelo fato do atual campeão ainda estar se adaptando a nova equipe e ainda desconfio de que Hamilton continue a dispor de algumas regalias. Tomara que esteja errado. Na Mercedes não há dúvidas de que Schumacher seja superior a Rosberg, mas ainda está se readaptando a um carro de F1 e está temporariamente tomando tempo do Rosberg. Acredito que ao longo do ano Schumacher supere Rosberg.

Os brasileiros



Os pilotos brasileiros não terão vida fácil este ano. Massa tem Alonso como companheiro. O espanhol é muito bom, talvez o mais completo atualmente na F1. Fora que Alonso é conhecido por tomar para si toda a atenção da equipe. Se isso acontecer a vida de Massa vai ficar extremamente complicada. Não acredito que aconteça. Dentre os brasileiros vejo chances de título apenas para Massa.

Rubens Barrichello, por sua vez, não tem nada mais a provar a ninguém com tudo o que consquistou ao longo da carreira, mas enfrenta a jovem promessa alemã, Hulkenberg. Acredito que Barrichello supera Hulkenberg, mas não seria surpresa se o alemã o superar.

Dentre os brasileiros a situação dos novatos, Senna e Di Grassi, é a mais crítica. Eles dispõem de carros muito ruins e isso vai dificultar muito que eles mostrem todo o potencial deles, o que pode dificultar a continuidade na F1. Tomara que não. Bruno deve ter mais facilidade de superar o companheiro. Chandhok corria na mesma equipe de Senna e o brasileiro mostrava melhor desempenho que o indiano. Já Lucas de Grassi enfrenta um piloto com experiência na F1 (Glock).