domingo, 22 de junho de 2008

Massa vence e lidera o mundial

Como previsto, passado Mônaco e Canadá, a Ferrari volta a dominar. A equipe mostrou força logo durante os treinos livres. Massa foi o mais rápido nos treinos livres e o mais rápido nas 2 primeiras etapas do treino de classificação, mas no Q3, quando o carro está mais pesado pelo reabastecimento para a corrida, Raikkonen foi melhor superando Massa em apenas 0,041 s. Na verdade poderia ter colocado uma distância maior, mas prefiriu poupar combustível para a corrida.

A impressão que tinha ficado era de que Massa, mesmo tendo cometido erro em sua última tentativa, estava mais pesado que Raikkonen. Tal impressão se confirmou na corrida. Massa parou 2 voltas depois de Raikkonen, ou seja, na classificação tinha um carro mais pesado. Com combustível suficiente para 3 voltas a mais que o companheiro.

Com o carro mais pesado Massa não conseguiu manter a distância para Raikkonen. Manteve sua posição na largada, mas o finlandês abria cerca de 0,3 s por volta. Na primeira parada a distância já era de 4s. Quando Raikkonen parou tentou acelerar o quanto pode para tirar a diferença, mas encontrou tráfego e a distância terminou por subir para mais de 6s. A corrida caminhava para uma vitória tranqüila de Raikkonen quando um dos escapamentos de seu carro simplesmente se soltou. Daí em diante perdeu rendimento e teve muita sorte em terminar a corrida e conquistar 8 pontos.

Se a vitória caiu no colo de Massa desta vez, a liderança do mundial não. Massa depois de péssimas apresentações nas 2 primeiras etapas tem mostrado um desempenho muito bom e tem cometido pouquíssimos erros, marcando 48 dos 60 pontos disputados. Foram 3 vitórias, um 2º, um 3º e um 5º lugar na temporada. É o piloto que mais venceu em 2008 e em apenas 8 das 18 etapas já conquistou o mesmo número de vitórias do ano passado. Do top 4 da tabela, ou seja, dos 4 pilotos que disputam o título era o único que ainda não tinha liderado o mundial.

Mas claro que as emoções do GP não se limitou a disputa interna da Ferrari ou a tensão da equipe pela situação do carro do finlandês. Para uma corrida que prometia ser chata, pois lá não há normalmente muitas ultrapassagens, a corrida foi até movimentada. Principalmente pelo fato das McLarens largarem de trás. Hamilton, que marcou o 3º tempo no classificatório, largou em 13º graças a punição que recebeu pela lambança no Canadá. Kovalainen, que marcou o 6º tempo, foi para 11º por ter atrapalhado outro piloto no treino classificatório.

Pelos péssimos resultados na últimas 4 corridas somando apenas 1 ponto, não se esperava muito de Kovalainen. Já de Hamilton, como sempre, esperava-se que o cara fizesse miséria e até chegasse no pódio. O resultado foi mais lambança de Hamilton e uma boa corrida de Kovalainen. O finlandês da McLaren chegou em 4º e por muito pouco não conseguiu um pódio. Já Hamilton levou punição (entrada nos boxes) por ultrapassar passando reto numa chicane, deu um chega-pra-lá desnecessário em Alonso e segurou Massa quando era retardatário. No final chegou em 10º e pela segunda vez seguida volta para casa sem marcar pontos. Com isso já está 10 pontos atrás do líder e, com um carro inferior à Ferrari, reduz bastante as chances de título.

Outro grande destaque na corrida foi Trulli, que depois de 3 anos volta ao pódio. Desde o GP da Espanha em 2005 não subia ao pódio. Para a Toyota o jejum era de 2 anos.

As decepções do GP ficaram por conta da Honda e da BMW. Na classificação, Barrichello e Button ficaram já no Q1, classificando a frente apenas dos carros da Force India. Barrichello ainda trocou o câmbio e largou na última posição. Na corrida Button abandonou, por sinal o único do GP, e Rubinho terminou em 14º.

Já a BMW não conseguiu fazer seu carro render no circuito francês. Heidfeld ficou no Q2, classificando-se apenas em 12º e largando em 11º graças a punição de Hamilton. Terminou em 13º. Kubica fez o que deu. Largou em 5º, com as punições das McLarens, e manteve a posição. Com isso, perdeu a liderança do mundial, mas a diferença para Massa é de apenas 2 pontos.

Havia uma certa expectativa sobre o desempenho da Renault neste final de semana, mas na corrida desapontou. Com o treino da semana passada em Paul Ricard, quando Nelsinho marcou o melhor tempo, e depois bons resultados de Alonso (4º melhor tempo na soma dos 3 treinos) e Nelsinho (2º) nos treinos livres, quando lideraram o 2º e o 3º treino, respectivamente, chegou-se a cogitar um pódio. Alonso até deu um grande passo nesta direção quando alinhou em 3º no grid, mas na corrida o desempenho caiu e conquistou apenas uma 8ª posição.

Já Nelsinho, que vinha sofrendo com os maus resultados desde sua estréia, finalmente fez uma boa corrida e marcou seus primeiros pontos na F1. Não conseguiu repetir o bom desepenho no treino classificatório e conquistou apenas a 11ª posição, mas com a punição das McLarens largou em 9º. No final isso até o ajudou, pois como não foi para o Q3 pôde escolher melhor sua estratégia de corrida. Os pilotos que vão para o Q3 largam com o combustível que sobrou do treino classificatório. O restante pode reabastecer antes da largada. Fez boa largada, manteve, com bastante competência, a posição quando foi atacado por Kovalainen e Hamilton e, aproveitando-se de uma bobeada de Alonso, ultrapassou o companheiro já no final da corrida, terminando em 7º. Seu único erro foi numa de suas saídas do boxe, quando esbarrou no botão do neutro (o mesmo de Hamilton no Brasil) e perdeu a posição para Kovalainen.

Red Bull, como tem sido rotina na temporada, beliscou uns pontinhos, desta vez com uma 6ª posição de Webber.

Com a conquista de hoje Massa acaba com um jejum de 15 anos. No GP de Mônaco de 1993 Senna venceu e assumiu a liderança do mundial, perdendo-a na corrida seguinte para Prost. Esta é também a primeira vitória de um brasileiro em Magny-Cours pela F1 e a segunda em um GP francês. Nelson Piquet venceu em Paul Ricard em 1985.

Com os resultados na temporada e agora a liderança Massa vai trilhando rumo ao título. Falta muito, ainda nem chegamos à metade da temporada, mas se mantiver o ritmo que vem apresentando até o final vai ser difícil de tirar a liderança dele.

Desde o último título de Ayrton Senna em 1991 o Brasil não conquista um título na F1. Neste período os melhores resultados foram 2 vice-campeonatos de Rubens Barrichello. O melhor resultado de Massa na F1 foi em 2006, quando estreou na Ferrari e terminou em 3º.

O mundial de pilotos agora está assim.

01. Felipe Massa (Ferrari) - 48 pontos
02. Robert Kubica (BMW) - 46
03. Kimi Raikkonen (Ferrari) - 43
04. Lewis Hamilton (McLaren) - 38
05. Nick Heidfeld (BMW) - 28
06. Heikki Kovalainen (McLaren) - 20
07. Jarno Trulli (Toyota) - 18
08. Mark Webber (Red Bull) - 18
09. Fernando Alonso (Renault) - 10
10. Nico Rosberg (Williams) - 8

E o mundial de construtores assim.

01. Ferrari - 91
02. BMW - 74
03. McLaren - 58
04. Red Bull - 24
05. Toyota - 23
06. Williams - 15
07. Renault - 12
08. Honda - 8
09. Toro Rosso - 7
10. Force India - 0

No mundial de construtores a briga também ainda está indefinida com Ferrari, BMW e McLaren na disputa direta. O grupo intermediário mantém-se com Red Bull, Toyota, Williams e Renault. Red Bull e Toyota com uma certa dianteira pela constância no mundial. Williams começou a temporada como grande promessa e conquistando uma 2ª posição com Nico logo na estréia, caiu bastante de rendimento e só está à frente da Renault ainda graças a esta conquista naquela corrida maluna na Austrália. A Renault dava pinta de que iria crescer, que seria a 4ª força e brigaria com a BMW pelo 3º posto, mas até agora, não tem convertido isso em pontos. Acho que a equipe até o momento tem se preocupado mais em conseguir grandes resultados pontuais do que subir na classificação. Honda é outra que tem decepcionado.

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