No chamado G4 (formado pelos pilotos da Ferrari e da McLaren) a corrida seguia como iniciou (Hamilton, Raikkonen, Massa e Alonso), pelo menos até a volta 30. Até então o único momento de disputa acirrada foi na largada, quando Alonso ultrapassou Massa na primeira curva e levou o troco logo em seguida. Essa foi a melhor coisa que Massa fez durante todo um final de semana apagado.
A corrida variou entre momentos de pista levemente molhada a pista seca. Na primeira parada, o procedimento padrão foi de apenas reabastecer (sem troca de pneus). Voltas depois a pista começou a secar e isso acelerou a deterioração dos pneus. Com os pneus já bem desgastado e lisos, volta a chover levemente e aí a coisa complica. Até então Hamilton, que já tinha feito uma grande corrida no Japão, vinha tendo um final de semana perfeito com pole, melhores voltas e manutenção da liderança. Estava com o campeonato nas mãos. Até que os pneus de Hamilton deterioram mais rápido que o dos concorrentes e a vantagem confortável que tinha construído para Raikkonen e principalmente para Alonso, rapidamente é anulada.
Raikkonen chega e tenta de todas as formas a ultrapassagem. Hamilton, contrariando sua posição no campeonato, luta como pode para manter a posição até correndo riscos elevados. Raikkonen consegue ultrapassar e Alonso rapidamente se aproxima. Hamilton tem extrema dificuldade em guiar o carro. Finalmente Hamilton entra nos boxes e aí que acontece o inimaginável, Hamilton escorrega e fica preso na brita. Ele até tenta acelerar para sair e até conta com a ajuda dos fiscais de pista, mas não há mais o que fazer. A corrida acabou para Hamilton e assim a decisão ficou para o Brasil.
A corrida segue e logo chegam as paradas. Agora todos trocam de pneus e mudam para os de pista seca. Massa é o primeiro do G4 a ir para os boxes e coincidentemente começa a chover no mesmo momento. Massa enfrenta dificultadades para guiar enquanto a pista segue molhada, mas logo seca. Massa é ultrapassado por Alonso. Alonso agora ocupa o segundo posto e, pensando no abandono de Hamilton, busca a aproximação de Raikkonen. Não chega a oferecer nenhuma amaeça a Raikkonen, que quando percebe a aproximação de Alonso logo dá resposta. A corrida termina com Raikkonen, num bom final de semana, vencendo. Alonso chega em segundo e Massa em terceiro. A vantagem que Hamilton tinha para Alonso cai de 12 para 4 pontos e a vantagem para Raikkonen cai de 17 para 7 pontos. A decisão será, assim, pela terceira vez seguida no GP Brasil daqui a duas semanas. Eu estarei lá :P. Espero presenciar a conquista do título por Hamilton, mas se der Raikkonen também fico feliz.
Hamilton soma 107 pontos, Alonso 103 e Raikkonen 100.
Depois do G4 vieram Vettel, Button, Liuzzi, Heidfeld e Coulthard. O grande destaque da corrida ficou por conta de Vettel, que depois de uma grande corrida lá no Japão (até o acidente com Webber) fez outra bela corrida e conquistou a quarta posição com o "carrão" da Toro Rosso. A Toro Rosso ainda chegou em 6º com Liuzzi. Estes foram os primeiros pontos da equipe e de seus dois pilotos na F1. Button foi outro que conseguiu um grande resultado com a quinta posição. Button e Raikkonen devem ser os pilotos que mais cresceram na segunda metade do campeonato. Enquanto isso, os brasileiros Massa e Barrichelo regrediram bastante e passaram a perder constantemente para seus companheiros. Fiquei impressionado com o péssimo desempenho da Renault na corrida e a forte queda de desempenho das BMWs nas últimas 3 corridas (desde a Bélgica). A BMW corre um sério risco de não conseguir atingir sua meta de 100 pontos no mundial de construtores. Por enquanto, soma 94 pontos.
Com os resultados da China, a Red Bull (24 pontos) aproximou mais um pouco da Williams (28 pontos), que está em 4ª no mundial. Em 6º está a Toyota com 12 pontos, seguida por Toro Rosso (8), Honda (6), Super Aguri (4), Spyker (1) e McLaren (0 devido a punição). Detalhe: Honda só tinha 2 pontos até então (2 oitavos lugares de Button) e só agora ultrapassou a Super Aguri, sua equipe satélite. Foi um resultado impressionante da Toro Rosso hoje. Os três primeiros são Ferrari (186), BMW (94) e Renault (51). Estes já estão com as posições garantidas.
Minha opnião sobre o que aconteceu com Hamilton é que tanto Hamilton quanto McLaren erraram. Coloco até uma maior parcela de culpa para a McLaren, pois ao verem a forma como ele vinha perdendo desempenho deveriam ter antecipado sua parada. O maior erro de Hamilton foi não ter tido maior cuidado ao entrar nos boxes, pois já era de se esperar que lá estivesse mais molhado que na pista, uma vez que na pista há a formação da trilha. Não concordo com as críticas a Hamilton por tentar manter a primeira posição. Este é o ímpeto dele. É o ímpeto de um vencedor. É este ímpeto que o torna um grande piloto e isso eu acredito que ele não muda. Faço um paralelo com Schumacher ano passado. Nã recordo exatamente onde foi. Já eram as voltas finais e Schumacher forçou uma ultrapassagem. Terminou por quebrar o aerofólio dianteiro.
Dentre os três (Hamilton, Alonso e Raikkonen) Raikkonen é o que encontra-se em pior situação, mas pelo que vimos no decorrer do campeonato não acreditava que conseguisse chegar no Brasil ainda em condições matemáticas de vencer. Hamilton precisa apenas de um segundo lugar no Brasil para levar o título.
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