segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Crise chega ao automobilismo

Já não é nenhuma novidade a crise financeira que se espalhou pelo mundo. Como não poderia deixar de ser, o esporte também começa a sofrer suas conseqüências também. Com diversas empresas quebrando ou enfrentando situações difícies, começa a faltar dinheiro.

Na F1, Honda, aquela que decidia entre Barrichello, Bruno Senna e Di Grassi, anunciou semana passada sua despedida. Cortou gastos, cancelou os testes em Jerez com Barrichello e Bruno, e mantém o desenvolvimento básico do carro do que vem apenas porque tem esperanças de conseguir vender sua estrutura para alguém que queira tocar a equipe já para 2009. A Honda está esperançosa de que conseguirá, até porque já mostrou que não vai complicar, mas muitos dos figurões da categoria falam que isso não deve ocorrer devido a crise. Com o tempo escasso e a falta de dinheiro, vai complicar.

Caso não consiga vender, a categoria que iniciou 2008 com 11 equipes e 22 carros, pode iniciar 2009 com apenas 9 equipes e 18 carros. Pior, já tem gente falando em campeonato com 8 equipes e 16 carros. Bom ... vamos ver o que acontece.

Quanto a Honda sair, foi uma surpresa apenas pelo momento. Parecia que caminhava para um crescimento com a chegada do Ross Brawn e falava-se muito em planos com todas as mudanças que chegavam para o ano que vem e na alteração de sua dupla de pilotos. De qualquer forma, era esperada a sua saída por tudo o que já gastou e tudo o que ainda não havia conquistado.

Entretando há males que vêem para o bem. Não só na F1 ou no automobilismo, mas sim no esporte como um todo, há muito tempo que me indigna a quantidade de dinheiro que se torra seja com o desenvolvimento de equipamentos ou com salários. É algo, no mínimo, absurdo. Isso em algum momento tinha que estourar.

Hoje estava lendo declaração de Mosley, presidente da FIA, cobrando cortes nos salários dos pilotos. Outro hora li declaração dele falando sobre cortes nas despesas com motores e transmissões. A idéia seria ter um fornecedor único (independente) destas peças. Estima-se que com esta alteração corte em 10 vezes as despesas com o desenvolvimento e produção de tais peças. Neste ponto, eu assim como boa parte das equipes temos restrições.

A F1 tem como essência o desenvolvimento de novas tecnologias. Foi a categoria criada com a intensão de apresentar o que há de mais novo. Certamente que as coisas não podem ficar como estão, mas tem de se haver um bom planejamento para as alterações. Motores são a essência de um automóvel e é claro que construtores irão querer projetar e construir esta peça. Não é a toa que as equipes na F1 são chamada de construtores. Não fosse assim seriam chamados de montadores. De qualquer maneira, do jeito que vão indo as coisas acredito que vai terminar sendo adotado o motor padrão. E como conseqüência a F1 vai passar por uma profunda transformação. Não é difícil de imaginar as montadoras, maioria no grid, saindo em debandada. Inclusive com equipes tradicionais saindo de cena.

Para o ano que vem a tônica do campeonato provavelmente estará nas discussões sobre as novas regras visando a redução dos custos e sobre dificuldades financeiras.

E a crise, claro, não chegou apenas na F1. A Audi já anunciou que sai da ALMS, mas continuará na Le Mans. Li algo também sobre uma possível saída da Chevrolet da Nascar.

Nenhum comentário: